quinta-feira, 4 de agosto de 2011

ORAI SEM CESSAR - 1º Reis 18.41-45

Está é a ordem que o Apóstolo Paulo deixou registrado em 1º Tessalonicenses 5:17: “Orai sem cessar”. Claro que isso não pode significar que devemos estar com uma postura de cabeças baixas e olhos fechados o dia todo. Não é isso que Paulo está falando; mas ele se refere a uma atitude de consciência da presença de Deus e de render a Deus tudo o que fazemos, o tempo todo.
Quando nossos pensamentos se voltam à preocupação, ao medo, ao desencorajamento e ira, devemos conscientemente e rapidamente tornar todo pensamento em oração e toda oração em ação de graças.
Em sua carta aos Filipenses, Paulo diz: “Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças” (4:6). Aos crentes de Colossos ele disse: “perseverai na oração, vigiando com ações de graças” (4:2). Aos crentes de Éfeso Paulo os exortou a enxergarem a oração como uma arma para ser usada em batalhas espirituais (Efésios 6:18). O famoso pregador do século 19, Charles Spurgeon, descreveu a vida de oração de um Cristão ao dizer: “Como os cavaleiros da antiguidade, sempre em batalha, mas nem sempre em seus cavalos avançando com suas lanças contra o seu adversário para fazê-lo cair do cavalo, mas sempre usando as armas que podiam alcançar.... Aqueles cavaleiros deprimidos geralmente dormiam em suas armaduras; então, até mesmo quando dormimos, ainda sim devemos estar no espírito de oração, para que se por acaso acordarmos de noite, ainda estaremos com Deus”.
O teólogo John MacArthur adverte que: “a falta de oração vai fazer com que paremos de depender da graça de Deus e passemos a depender de nós mesmos”.
Orar sem cessar é, em essência, dependência da comunhão com o Pai.
A nação de Israel estava sob o comando do rei Acabe. Acabe foi um rei politicamente forte e muito poderoso, mas muito fraco na moralidade pessoal e religiosa – 1º Rs 16.30-33
Elias, o profeta, aparece nesse cenário para confrontar o rei Acabe e os profetas de Baal. A primeira palavra que Deus mandou Elias dizer ao rei Acabe é que haveria uma seca em Israel, nem orvalho e nem chuva cairia sobre a terra.
Sabemos como a chuva é essencial para regar a terra; a sua falta provocou uma grande seca, fome e miséria. Em 1º Rs 18.2, quando Deus mandou Elias se apresentar a Acabe depois de um grande período de seca, diz que a “fome era extrema em Samaria”.
Após 3 anos e meio, Deus manda Elias se apresentar a Acabe porque Ele mandaria novamente a chuva sobre Israel – 1º Rs 18.1
Elias era um homem comum, exatamente igual a todos nós. Era um homem sujeito às mesmas fraquezas: ele teve medo de Jezabel, fugiu, sentiu depressão, se escondeu numa caverna, pediu para si a morte; porém, era um servo de Deus que aprendeu o valor da oração sem cessar, era um homem justo e aprendeu que a oração muito pode por sua eficácia.
Irmãos, o maior poder que existe no mundo hoje é o poder da oração, do clamor, da busca a Deus. Em Jeremias 33.3 Deus disse: “Invoca-me, e te responderei; anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas, que não sabes”.
Elias foi um homem de oração. Aqui no texto, no verso 42, diz que Elias “subiu até o alto do monte Carmelo, e, dobrou-se até o chão, meteu o rosto entre os joelhos”. Deus já tinha falado a Elias que mandaria chuva, ele já tinha a Palavra de Deus e a Sua promessa, mesmo assim, quando ele foi enfrentar o rei Acabe, ele se prostrou diante do Senhor: “...e, encurvado para a terra, meteu o rosto entre os joelhos”.
O que aprendemos aqui com Elias sobre “orar sem cessar”?

1) DEVEMOS ORAR MESMO TENDO A PROMESSA DA VITÓRIA – Vs 41 – “...Já se ouviu ruído de abundante chuva” – Quando Elias falou essas palavras ao rei Acabe, não havia, no céu, nenhuma evidência de chuva, o céu estava limpo, sem nuvens, um dia claro, sol alto. Porem, Deus já tinha liberado a abundante chuva, seria uma chuva torrencial, capaz de inundar a terra e fazê-la brotar novamente. Elias manda o rei acabe comemorar, comer, beber, pois Deus cumpriria a Sua Palavra. Elias não precisava mais orar para que a chuva caísse, pois Deus já a tinha ordenado.
Mas é exatamente aí que nós nos enganamos, ou deixamos que o diabo nos engane. Mesmo quando estamos de posse de uma promessa de Deus, nossa atitude não deve ser outra, senão, a oração.
No verso 42 diz que subiu o rei Acabe a comer e beber, a festejar, enquanto Elias foi para o alto do monte orar a Deus. Elias queria se certificar de que o ruído de chuva significava que logo choveria sobre Samaria para que todos contemplassem a vitória de Deus.
Olhem só a firmação que Elias faz a Acabe: “...Já se ouviu ruído de abundante chuva”. Havia muita seca, muita fome, grande miséria entre o povo. São nesses momentos de lutas, tribulações, de caos que ouvimos com maior freqüência as vozes de murmuração, de choro, de descontentamento. Era assim que estava o povo de Israel. Porem, em meio a todo esse caos, Elias começou a ouvir um ruído abundante de chuva.
Se começarmos a confiar nas promessas de Deus e continuarmos a orar sem cessar, nós também aprenderemos a ouvir ruídos de abundantes chuvas sobre a nossa seca, nossa miséria. Aprenderemos a ouvir os sons celestiais da esperança no meio da desesperança, da alegria no meio da tristeza, do riso no meio do choro, da cura no meio da doença. O Profeta Elias começou, pela fé a ouvir ruído de abundante chuva no meio da seca.

Continue a orar. Se você já está ouvindo ruído de abundante chuva sobre a sua vida, porém ela ainda não chegou efetivamente, continue orando, clamando, suplicando ao Senhor. Enquanto Elias orava, a chuva estava sendo gerada pela fé. Mantenha-se numa atitude de oração até que as promessas de Deus se cumpram em sua vida.

2) DEVEMOS ESTAR HUMILHADOS DIANTE DO SENHOR – Vs 42 – Elias se humilhou diante do Senhor fundamentado na promessa de Deus. Ele se ajoelhou e então se inclinou com a cabeça em terra, de tal modo que, enquanto seu rosto estava entre os joelhos, sua testa tocava o chão. Essa postura de Elias prova a intensidade de seu espírito de oração.

Tiago em sua epístola, 5.16,17,18 diz: “Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo. Elias era homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos, e orou com instância para que não chovesse sobre a terra, e por três anos e seis meses não choveu. E orou de novo e o céu deu chuva, e a terra fez germinar seus frutos”.

Essa afirmação de Tiago mostra o poder da oração de quem se coloca diante de Deus completamente humilhado.

Elias não foi nenhum super homem, ou super crente; ele não possuía poderes mágicos; Tiago diz em sua epístola que ele era um homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos que temos, isto é, fraqueza, tristeza, decepção, derrota, fragilidade, cansaço, desespero. Contudo, Elias se tornou um instrumento de poderosos acontecimentos mediante a sua vida de oração sem cessar.

Ele tinha todas as restrições e empecilhos próprios da natureza humana, mas venceu espiritualmente, por causa de sua vida de oração.

Aqui no texto encontramos um profeta prostrado, com o rosto ao chão, com o coração derramado diante do Senhor, clamando, buscando a face de Deus, buscando respostas que o próprio Deus já havia dado.

Mesmo de posse das promessas, precisamos estar humilhados diante do poder do Senhor porque quem faz o milagre, quem derrama as bênçãos é o Senhor.

Há uma palavra do Apóstolo Pedro que é muito forte quando ele diz: “humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que Ele, em tempo oportuno, vos exalte, lançando sobre Ele toda a vossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós” 1º Pd 5.6,7

3) DEVEMOS ORAR, MESMO QUANDO “NÃO HÁ NADA” – Vs 43 – “...Não há nada”. Irmãos, acho essa situação muito difícil de ser vivida do ponto de vista humano: você ora, ora, ora, e, quando olha, “não há nada”. Mas existe uma promessa, Deus já havia falado, Deus já havia dado a Sua resposta, porem, “não há nada”. Isso aconteceu por seis vezes.

Muitas vezes fracassamos na oração porque desistimos cedo demais, no limiar da bênção, desistimos, não conseguimos persistir, porque não temos paciência, não somos perseverantes, e, temos orado, orado, orado, e, “não há nada”, isto é, nada acontece.

Elias orou com intensidade. Na palavra de Tiago sobre Elias, que falamos a pouco, Tiago diz que Elias orou com “intensidade”, isso significa que Elias orou em oração, isto é, ele colocou o seu coração na oração.

Olha só o que diz o verso 43: “... e disse ao seu moço: sobe e olha para o lado do mar. Ele subiu, olhou e disse: Não há nada. Então, lhe disse Elias: volta. E assim por sete vezes”. Elias não desistiu. Ainda que estivesse demorando o cumprimento da promessa de Deus, Elias não desistiu, não se cansou, não se desanimou, não parou de buscar, não mudou o seu método, continuou prostrado com a testa no chão.

Por seis vezes Elias orou e mandou que seu servo fosse olhar lá para as bandas do mar para ver se havia algum indício de chuva e a resposta era sempre a mesma: “não há nada”. Quão humana é essa cena. Continuamos buscando e esperando sinais e indicações que nos digam se nossas orações foram ouvidas e respondidas.

As orações de Elias continuavam sem respostas. Ele tinha a promessa de Deus. Já havia declarado ao rei Acabe que “já se ouve ruído de abundante chuva”. Porem, o servo de Elias voltou a examinar o mar por seis vezes, mas nada viu.

Mas Elias não desistiu, ele se mostrou persistente em suas orações, aceitando plenamente as condições que Paulo o Apóstolo colocou em sua palavra: “Orai sem cessar”, mesmo quando “não há nada”.

CONCLUSÃO – Vs 44,45 – As promessas de Deus não falham. Em 2º Cor 1.20 a Bíblia diz: “porque quantas são as promessas de Deus, tantas têm nele o sim”. Isso mostra que nenhuma das promessas de Deus pode ser frustrada.
À sétima vez, o servo de Elias foi olhar em direção ao mar e viu uma pequena nuvem, como a palma da mão do homem, mas que carregava uma grande promessa. Era Deus respondendo ao clamor de Elias, era Deus cumprindo a sua promessa. “Então disse Elias para seu servo: vá e avisa a Acabe: prepare seu carro e desça antes que a chuva o impeça”. Aleluia!!!!! – Vs 45
Com alegria Elias reconheceu que uma grande chuva estava chegando.
A oração sem cessar, a insistência, a persistência, a oração repetida por sete vezes, revelaram a existência de uma pequena nuvem. E a pequena nuvem produziu uma poderosa chuva. Era a graça interventora de Deus.
Essa mesma graça quer intervir em sua vida neste dia.

Amém!

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