domingo, 16 de outubro de 2011

CORAÇÃO SÁBIO - Salmo 90

“Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida.” Tg 1:5

A sabedoria tem sua base no perfeito conhecimento de Deus. Esta sabedoria, referida por Tiago, não é o conhecimento de fatos a que denominamos de ciência, mas é aquela qualidade no entendimento que aguça a percepção das obrigações morais e a apreensão das realidades eternas. É a sabedoria pela qual Salomão orou; é a sabedoria Espiritual.

Essa sabedoria consiste em compartilhar da sabedoria de Deus, e ela nos é transmitida mediante o poder e a comunhão do Espírito Santo.

No Salmo 90, seu autor ora ao Senhor pedindo sabedoria, pedindo um coração sábio: “Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio”. Vs 12.

Se formos atribuir a Moisés a autoridade deste Salmo, conforme está no subtítulo, lembrando-nos de que os subtítulos não são inspirados, temos aqui o mais antigo Salmo de todo o saltério.

Este Salmo parece ter um fundo histórico, isto é, os últimos meses dos 40 anos de caminha pelo deserto, quando a geração adulta que saíra do Egito, estava desaparecendo.
A idéia que temos é que Moisés ia se sentindo cada vez mais isolado em espírito, enquanto aqueles antigos membros da congregação de Israel iam deixando seus ossos pelo deserto.

Por isso ele ora nos versos 11,12 dizendo: “Quem conhece o poder da tua ira? E a tua cólera, segundo o temor que te é devido? “Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio”.

Moisés percebe que precisa ter um coração sábio perante o Senhor; Ele percebe que seus dias precisam ser bem vividos, precisam ser dias de discernimento, precisam ser bem enumerados, para que ele haja com sabedoria, viva com o coração sábio aos olhos de Deus.

Dentro desta colocação do Salmo 90, qual é o propósito de termos um coração sábio? Precisamos de um coração sábio:

1) PARA CONHECERMOS A ETERNIDADE DE DEUS – Vs 1-6 – Deus tem se tornado o refúgio daqueles que crêem em todos os tempos – Vs 1 – Em uma atitude humilde e sábia, o Moisés reconhece que Deus é a eterna habitação do homem, ou seja, o seu abrigo protetor, pois Deus vai de eternidade à eternidade – Vs 2 – Em todos as gerações, as pessoas se refugiam no Senhor.

Mil anos, são dias demais para a criação de Deus, porém, para o Criador, é como dia de ontem, algo que acabara de acontecer.
2º Pedro 3.8: “Há, todavia, uma cousa, amados que não deveis esquecer: que, para com o Senhor, um dia é como mil anos, mil anos com um dia.”

Coração sábio. Não que nós conseguiremos entender a eternidade de Deus, porém, quando tivermos um coração sábio conheceremos que nosso Deus é o único, desde toda a eternidade, o Alfa e a Ômega, o principio e o fim de todas as coisas.

Moisés orou para que Deus o ensinasse a viver a cada dia conhecendo a eternidade do Senhor. Conhecer a eternidade de Deus envolve saber que Deus não muda, é constante e fiel em todas as suas palavras, em todas as suas promessas.

Quando Balaão foi chamado por Balaque para amaldiçoar o povo de Israel, Balaão diz que “Deus não é homem para que minta, nem filho do homem para que se arrependa. Porventura, tendo ele prometido não o fará? Ou, tendo falado, não o cumprirá. Nm 23:19

Ensina-nos a contar os nossos dias, para que nosso coração seja sábio e compreendamos que Deus é eterno, não mente, não muda, de eternidade a eternidade Ele é o Senhor.


Precisamos ter um coração sábio:


2) PARA CONHECERMOS TRANSITIVIDADE DO SER HUMANO - Vs 9-12 – O propósito do salmista era mostrar quão insignificante é a raça humana quando é comparada com a eternidade de Deus – Vs 9: “...acabam-se os nossos anos como em breve pensamento”.

Um homem vive 70 anos, e, quando chega a essa idade, olha para sua vida passada, como se tudo não passasse de um dia. Sua vida inteira pode ser comparada em uma única palavra: “ontem” - Vs 9.10

Na realidade, o que o salmista ensina aqui é que temos apenas alguns poucos dias de vida, e até esses poucos dias são vividos sob a ira de Deus que pesa sobre nós a cada dia. Assim sendo, nossos poucos dias multiplicam-se em poucos anos; esses poucos anos se escoam como uma história que pode ser contada rapidamente “...porque tudo passa rapidamente, e nós voamos” – Voamos como um conto; nossos anos chegam ao fim e terminam em breve conto, em breve pensamento.

Moisés ora: Ensina-nos a viver esses poucos dias, esse breve pensamento, para que, dentro desses poucos anos consigamos alcançar coração sábio, isto é, consigamos compartilhar da sabedoria de Deus mediante seu Espírito – Salmo 39:4-7


Precisamos ter um coração sábio:

3) PARA CONHECER A NOSSA FRAGILIDADE E DEPENDÊNCIA DE DEUS – Vs 13-16 – Esta parte final do Salmo nos traz a idéia de um afastamento de seu povo – Vs 13 – sem dúvida, o pecado era a causa de Deus ter-se afastado do acampamento de Israel.

Faz-se necessário um retorno de Deus, retorno de sua compaixão e misericórdia ao povo, retorno de sua alegria e benignidade, pois vários foram os anos de tribulação, tristeza e dor – Vs 13-15

Moisés sabia que a falta de sabedoria, a falta do coração sábio, havia afastado o Senhor do seu povo; por isso ele pede: “Ensina-nos a contar nossos dias”, isto é, tem compaixão dos teus servos. O povo espera uma resposta rápida da parte do Senhor, para que sua desesperada situação fosse prontamente resolvida.

G. K. Chesterton diz que há 2 pecados contra a esperança: a presunção e o desespero. A presunção é a atitude de que nada esta sendo feito, a menos que nós mesmos o estejamos fazendo. O desespero é a atitude que sente que tudo mais falha quando nós falhamos.

Precisamos ter um coração sábio para aceitarmos nossa fragilidade e dependência do Senhor e assegurarmos que Deus está presente, mesmo quando Ele se mantém invisível, e de que Ele opera tudo para o bem daqueles que O amam.

“Ensina-nos a contar os nossos dias para que alcancemos coçarão sábio”. Na vida do servo de Deus há uma mistura de aflições e alegrias: assim sendo, a prosperidade e a adversidade têm sua vez apropriada, mas essas mudanças operam juntamente para o bem daqueles que amam a Deus e, além disso, há recompensas no céu!

Ensina–nos a entender, a conhecer, perceber nossa fragilidade, nossa dependência do Senhor.

Conclusão: Vs 17 – “ Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio” - Qualquer indivíduo espiritual é capaz de saber o que diz conclusão deste Salmo.

Deus é eterno. Nós, seres humanos, somos transitórios, passageiros. Todos nós dependemos da compaixão, benignidade e libertação do Senhor. Mas, todos nós temos obras e projetos que estão perto de nosso coração. Todos recebemos nossas respectivas missões e também a unção de Deus para realizá-las. Mas sabemos que todo esforço humano é vão, se nosso coração não for um coração sábio segundo o querer de Deus.



Amém!

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

NOS BRAÇOS DO PAI - Lucas 15.11-24

Essa é uma das parábolas mais conhecidas do Senhor Jesus Cristo. Parábola é uma história de algo que já aconteceu, estava acontecendo ou pode acontecer em qualquer lugar e a qualquer momento, que era contada por Jesus para ilustrar uma situação espiritual.
Nesta parábola do Filho Pródigo, Jesus vem mostrar o que acontece quando nos distanciamos da casa do Pai e de Sua presença – Vs 11,12
Esse filho mais moço, não valorizava mais a companhia do Pai e nem o “conforto” que essa companhia lhe proporcionava; daí ele pediu ao pai que lhe desse a parte que lhe cabia da herança. Em Provérbios 20.21 diz: “A posse antecipada de uma herança no fim não será abençoada”.
E foi exatamente o que aconteceu – Vs 13,14
O fim daquela herança não foi abençoado. Esse filho mais moço, não temos o seu nome aqui, mas poderia ser qualquer um de nós, passou a viver os piores dias de sua vida. Começou a passar necessidade de coisas que ele nunca havia passado no conforto da casa do pai.

Essa necessidade começou a gerar dentro dele uma insatisfação, angústia, depressão, fome não só de alimento, mas, principalmente, fome de carinho, de ternura, de afeto, coisas que ele havia deixado para trás, coisas que ele só recebia estando na casa do pai.
Mas agora ele se sentia só. Nenhuma amizade, nenhuma companhia, se sentia desamparado, perdido, solitário. Ele sentia falta da companhia do pai, do carinho, sentia falta do abraço do pai – Vs 15-20a
Vinha ele ainda longe de sua casa, porém, o pai o aguardava ansiosamente, o pai o esperava ansiosamente a sua chegada; e diz o texto que o pai o avistou e, compadecido dele, pois devia estar maltrapilho, sujo, cheirando mal, machucado, sedento, em fim, não só estava com a aparência ruim, mas também com sua alma machucada e humilhada. Diz o texto que o pai, compadecido dele, correu em sua direção e o abraçou e o beijou.
Naquele instante ali, depois de muito tempo, ele estava nos braços do pai. Parecia que o mundo ao seu redor havia parado e que só importava naquele momento: o abraço do pai.
Queridos, quantas vezes não nos sentimos assim, desejosos de sermos abraçados, acariciados, apertados junto ao peito para que isso venha acalentar a nossa dor?
O que acontece quando estamos nos braços do Pai?
1) ENCONTRAMOS PERDÃO – Vs 21 – Aquele filho estava sofrendo as conseqüências de seu pecado; estava no fundo do posso, se sentia perdido; nem se sentia como filho, mas desejava ser, pelo menos, um empregado de seu pai. No entanto, nos braços do pai ele declarou: “Pai, pequei contra o céu, diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho”.
E é nos braços do pai que ele encontrou perdão. Ele não encontrou um pai irado, magoado, vingativo, mas encontrou um pai gracioso, amoroso, um pai que o abraçou e o beijou; ele encontrou perdão.
Quando Davi escreveu o Salmo 32, tenho a impressão que ele se sentia nos braços do Pai. Ele havia pecado contra Deus; com seu pecado ele destruiu uma família: matou o marido e se apossou da esposa. Sua alma estava como a alma do Filho Pródigo, angustiada, solitária, aflita, porém, ele encontrou nos braços do Pai, um alívio para o seu coração, quando ele mesmo disse: “confessei-te o meu pecado e a minha iniqüidade não mais ocultei. Disse: confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a iniquidade do meu pecado. Sendo assim, todo homem piedoso te fará súplicas em tempo de poder encontrar-te. Com efeito, quando transbordarem muitas águas, não o atingirão. Tu és o meu esconderijo; tu me preservas da tribulação e me cercas de alegres cantos de livramento” Vs 5-7
Aquele filho mais moço da parábola de Jesus, ao retornar para casa envergonhado, acabado, destruído, ele recebeu o abraço do pai; e, nesse abraço, ele encontrou o perdão.
Nos braços do Pai ele o ouviu dizendo: filho, dos teus pecados já não me lembro mais.
O Pai tem prazer em perdoar. O sangue de Jesus foi derramado para que todos os nossos pecados fossem perdoados. Ser abraçado pelo Senhor significa ser acalentado de todas as nossas angústias causadas pelo pecado. Nos braços do Pai, nós encontramos o perdão.
2) ENCONTRAMOS SUPRIMENTO – Diz a Parábola de Jesus que aquele moço começou a passar necessidade ao ponto de se agregar a um dos cidadãos daquela terra que tinha uma criação de porcos. E ele foi cuidar dos porcos. Porém, a fome lhe era tanta, que ele desejava comer da ração que os porcos comiam, porém, nem isso lhe era concedido.
Aquele moço havia chegado ao fundo do poço; chegado a uma degradação moral, física e espiritual que ele nunca tinha sentido, pois vivia no “conforto” da companhia do Pai, tendo todas as suas necessidades supridas e agora estava jogado num canto cercado por porcos.
Além do alimento para o seu corpo, ele sentia necessidade de alimentar o seu coração com paz, sentia necessidade de atenção, de se sentir amado. Num momento de reflexão de como estava a sua vida, ele caiu em si e lhe voltou a razão e disse consigo mesmo: “quantos trabalhadores de meu pai tem pão com fartura e eu aqui morro de fome! Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai...”.
O pai o esperava, ansiosamente. Quando o avistou, compadecido dele, correu e o abraçou, correu e o colocou entre os seus braços, correu e supriu todas as necessidades de seu filho – Vs 22,23
Jesus disse à mulher que estava tirando água no posso em Samaria: “quem beber desta água tornará a ter sede; aquele, porem, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna” Jo 4.13,14
Aquela mulher no posso de Samaria era uma prostituta, uma mulher pecadora, excluída da sociedade, no entanto, Jesus amou aquela mulher e a abraçou, e, neste abraço, Jesus lhe saciou todas as necessidades de sua alma. Assim como o pai fez com o filho mais moço que estava retornando ao lar em busca do abraço do pai.
O pai saciou todas as necessidades que aquele filho estava passando. Nos braços do Pai encontramos o suprimento de todas as nossas necessidades.
3) ENCONTRAMOS RESTAURAÇÃO – Podemos imaginar, pelo menos fisicamente, a forma em que aquele filho chegou diante de seu pai: maltrapilho, sujo, rasgado, mal cheiroso, descalço, cabelos grandes, barba por fazer, em fim, um verdadeiro morador de rua.
No seu intento de buscar a casa do pai, ele desejava um emprego. Lá no meio dos porcos, quando ele caiu em si, ele se lembrou que muitos trabalhadores de seu pai tinham uma vida digna e que ele estava vivendo na miséria. Então ele planejou chegar diante do pai e lhe dizer: “... já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus trabalhadores”. Trata-me com um de seus empregados, mas, como filho, eu não sou mais digno.
Porem, ao ser recebido nos braços do pai, tudo mudou. Deus não abraça servos, escravos, empregados, Deus abraça filhos – Vs 22,24
Quando lhe é posto a melhor roupa, o pai estava lhe restaurando a dignidade. Quando lhe é posto um anel no dedo, o pai lhe estava restaurando a filiação. Quando lhe é posto as sandálias nos pés, o pai lhe estava restaurando a sua caminhada, a sua vida. Em fim, nos braços do pai, tudo que se tinha perdido, estava sendo restaurado. Ele não estava sendo recebido com empregado, mas sendo restaurado na sua posição de filho.
Em 1º João 3.1,2 diz: “Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus... Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando Ele se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque haveremos de vê-lo como Ele é”.
Nos braços do Pai ele encontrou novamente a sua vida perdida no tempo.
CONCLUSÃO – Vs 24 – “E começaram a regozijar-se”. Quando estamos longe dos braços do Senhor, nossa alma fica aflita, angustiada, desassossegada, inquieta, amargurada, perdida, desconsolada, em fim, um desastre total. Porem, quando estamos nos braços do Pai, nossa alma recebe a paz do perdão, o suprimento de tudo o que ela precisa para viver bem e feliz, e é restaurada de todos os males por onde andou.
Deixa o pai te abraçar.

Amém!

domingo, 18 de setembro de 2011

A RESPOSTA DE DEUS - 2ª Coríntios 12.7-10

Chegamos no final de mais uma campanha de Quatro Dias de Propósitos. Talvez alguém esteja pensando assim: “Será que Deus responde a minha Oração?”.

Em Apocalipse 8 João viu um “anjo que ficou de pé junto ao altar do Cordeiro com um incensário de ouro na mão, e foi-lhe dado muito incenso para oferecê-lo com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro que se acha diante do trono, e da mão do anjo subiu à presença de Deus a fumaça do incenso, com as orações dos santos. E o anjo tomou o incensário, encheu-o do fogo do altar e o atirou à terra. E houve trovões, vozes, relâmpagos e terremotos” Vs 3,4

No capítulo 12 desta 2º carta aos Coríntios, Paulo trata de uma das maiores experiências que ele teve com Deus. Ele conta que foi arrebatado até ao céu, até ao paraíso e ouviu palavras inefáveis, palavras que não se podem expressar e que aos homens não eram lícitas referir.


Porém, logo após o relato desta experiência única, ele fala nos versos de 7-10, de outra experiência: uma oração que Deus lhe responde, mas com uma resposta de uma maneira bem diferente ou convencional.

Ele fala de um espinho na carne, que ele declarou ser um mensageiro de satanás, que lhe foi colocado com o propósito de esbofeteá-lo, humilhá-lo, de lhe mostrar a sua situação original, que é de pecador, diante das revelações que Deus lhe havia dado.

Não conseguimos entender bem o que significa esse “espinho” (há alguns dias atrás falei aqui neste texto sobre o tema A Escola da Dor e comentamos que a palavra “espinho”, no grego, é a palavra “skolops”, que pode significar uma “farpa”, “ferrão” ou um próprio “espinho”).

Era esse o sentido que Paulo dava àquilo que o afligia. Não há nenhuma importância que tipo de “espinho” era de fato, o importante aqui é saber que era algo suficientemente desagradável do qual Paulo queria ser liberto, algo que o feria profundamente.

Por três vezes Paulo orou ao Senhor para ficar livre desta aflição. Certamente encontramos nestas orações de Paulo muito zelo e fervor. Porém, diante destas orações, encontramos também uma resposta de Deus que nos traz um grande ensinamento:
1) NEM SEMPRE É COMO QUEREMOS – “A minha graça te basta” – Se a nossa oração não estiver de acordo com a vontade de Deus para a nossa vida, ela é respondida negativamente. Foi o caso aqui de Paulo.

Deus não deu a Paulo uma resposta conforme o seu pedido, mas Deus lhe respondeu segundo a Sua vontade.

Irmãos, sem sombra de dúvida, receber um “não” do Senhor como resposta às nossas orações é a melhor resposta que podemos receber, porque muitas vezes, não sabemos o que realmente estamos pedindo. Nossa visão é pequena, limitada, e por muitas vezes, nossa vontade não é a vontade de Deus.

Paulo via, nas orações, um meio de modificar as coisas; e, de fato, a oração tem esse efeito.

Porém, para aquele que não está desejando que Deus lhe faça a própria vontade, mas a vontade soberana do Senhor em sua vida, esse que busca Deus, ele ora colocando sua vontade particular em harmonia com a vontade de Deus, e, por si mesmas, suas orações são uma forma de submissão à vontade do Senhor.


A resposta de Deus às nossas orações nem sempre é como queremos. Orações que venham prejudicar nossa relação com Deus, ou, prejudicar os planos de Deus para nossa vida, são perigosas. Paulo nos ensina isso, pois a primeira grande regra da oração é não pedir algo contrário à vontade de Deus.

A oração insistente de Paulo não era para escapar da vontade de Deus, mas para conhecê-la e praticá-la

A resposta que ele obteve não foi exatamente a resposta que queria. Desejava livramento de sua aflição. Não há que duvidar que Paulo argumentou com o Senhor de que poderia servi-lo melhor se seu corpo fosse libertado daquela aflição, mas o Senhor Jesus lhe respondeu negativamente.

Quando oramos, precisamos estar prontos entender as respostas de Deus para a nossa vida – Jó 23.3-5

Por três vezes Paulo orou ao Senhor, mas a resposta não foi dada de acordo com o que ele queria.

Calvino: “A razão pela qual, algumas vezes, misericordiosamente Deus se recusa a atender à nossa oração é que Ele sabe de antemão, o que é melhor para nós, mais do que nosso próprio entendimento é capaz de aprender.”

Outra coisa que o Senhor Jesus ensina a Paulo aqui é:

2) SEMPRE A RESPOSTA, MESMO SENDO “NÃO”, É MAIOR DO QUE PEDIMOS – “A Minha graça te basta” – Paulo não recebeu o que tinha pedido ao Senhor, mas recebeu algo muito maior do que o livramento físico, recebeu o livramento espiritual: “A Minha graça te basta” – a graça de Deus estava sobre ele, a graça de Deus permaneceria sobre ele e isso era o suficiente.

Deus mostra a Paulo que as suas aflições não seriam empecilho.

A resposta às suas orações lhe foi assegurada, porque o mais importante é saber que Deus fornece os meios para enfrentarmos as aflições e esse meio é a Sua graça que está em nós, a Sua graça que nos é suficiente.

Era o suficiente para Paulo, ele teria que entender isso. Deus estava lhe respondendo de forma negativa, porém, esse “não” de Deus, era um “sim” para a presença, para a misericórdia, para o cuidado e a proteção de Deus – isso é Sua graça.

O pedido de Paulo lhe foi negado, no entanto, ele recebeu a melhor resposta do que poderia ter imaginado. Paulo dependia, na sua vida e em seu ministério, ele dependia da graça de Deus; é ele mesmo quem declara, “nossa suficiência vem de Deus”.
1º Coríntios 15.9,10
Outra coisa que o Senhor Jesus ensina a Paulo aqui é:

3) É O APERFEIÇOAMENTO DO PODER DE DEUS EM NOSSA VIDA – Paulo foi um instrumento especial do poder de Deus; foi o maior missionário de todos os tempos; o homem que Deus usou para levantar a Sua Igreja no meio dos gentios.

O próprio fato de que ele pode triunfar, a despeito de suas muitas fraquezas, foi uma glória para o poder de Cristo, ele não se tornou grande por sua própria força, mas pelo poder de Deus que se aperfeiçoava em suas fraquezas – “Porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza” – Vs 10

Nessa tribulação, nesse “espinho na carne”, Paulo recebeu poder suficiente para tolerar o sofrimento e a tensão. O poder de Deus não pode ajudar e nem mesmo usar o homem auto-suficiente; Mas o poder de Deus “se aperfeiçoa na fraqueza”. Por isso é que Paulo dizia que ou invés de continuar pedindo o livramento da aflição, ele se gloriaria nas fraquezas, a fim de que o poder de Cristo pudesse repousar mais sobre ele.

Paulo recebeu a resposta à sua oração. Não uma resposta de acordo com sua vontade, mas ele teve uma vitória com Deus em sua oração.

Essa vitória é de natureza espiritual.
A vitória espiritual não depende das condições do corpo e sim das condições da alma e do trabalho que Deus tem feito em nós.

Paulo não encontrou apenas consolo nas palavras de Cristo, mas também encontrou deleite em sua consciência de fraqueza, como ele mesmo diz: “e, por isso, estou sofrendo estas coisas; todavia, não me envergonho, porque sei em quem tenho crido e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele Dia” 2º Tm 1.12

CONCLUSÃO: Com base nesta oração de Paulo que lhe trouxe uma grande experiência com Deus, aprendemos que uma resposta negativa da parte de Deus não é uma recusa caprichosa, e que não resulta em qualquer benefício, como um “não” que damos às crianças de vez em quando.

Os homens podem dar respostas negativas a seus semelhantes, ou até mesmo a seus filhos, por motivo de algum capricho, sem qualquer base na razão ou no raciocínio. Mas Deus não é frívolo como o homem. Um “não”, quando vem da parte de Deus, sempre tem algum propósito definido e eficaz.

Não sei qual tem sido o seu clamor diante de Deus. Posso também não saber qual é o “espinho” pelo qual você tem clamado a Deus.

Mas sei que Deus tem ouvido o seu clamor, Deus tem visto as suas lágrimas e sei que Deus tem conhecido a sua dor.

Olhe para o que Deus respondeu a Paulo: “A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa em sua fraqueza”.

Comece a ver e sentir os seus espinhos dentro da graça de Deus para a sua vida.

Se suas orações não tem tido a resposta que você tanto deseja e espera, olhe para a graça de Deus agindo em você. Essa graça é melhor do que qualquer outra coisa, pois essa graça nos garante a presença, o cuidado, o amor, a proteção de Deus sobre nós.


Amém !

Obs.: Sermão pregado no último dia de Propósito na IPB Luz do Vale em Camboriú, SC

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

ANA- O ENCONTRO COM A VONTADE DE DEUS - 1º Samuel 1.1-20

Meu relacionamento com Deus se baseia na minha obediência.

A Bíblia se refere a Deus como o nosso Pai, nosso provedor, nosso Redentor. Se cremos em tudo isso e cremos também que Ele nos ama e nos trata como Seus filhos, como podemos acreditar que Ele possa esconder de nós a Sua vontade?

O que é a vontade de Deus? Muitos cristãos falam sobre a vontade de Deus como se fosse o velho truque das tampinhas no tabuleiro. Deus não é mágico. A Bíblia nos ensina que Deus enviou Seu Filho como propiciação pelos nossos pecados e faria sentido achar que agora Ele não revela a vontade dEle em nossas vidas?

Creio que a vontade de Deus sempre foi e é revelada a nós, porém, muitas vezes não a conhecemos, porque nosso relacionamento com Ele se baseia em nossa obediência, isto é, não temos sido obedientes ao ponto de enxergarmos a sua vontade.

Ana era serva do Senhor, conhecia o Senhor, podemos até dizer que tinha intimidade com Deus. (falar de sua história – Vs 1-8)

Há um detalhe muito importante na história de Ana: Era o Senhor que lhe havia deixado estéril – Vs 5,6

Quando enfrentamos qualquer situação em nossa vida, temos que entender que servimos ao Senhor que controla tudo. Aprouve a Deus que Ana fosse estéril – a vontade de Deus deveria ser revelada na vida de Ana para que o nome de Deus fosse glorificado. Você já pensou nisso?

Ana viveu dentro da vontade do Senhor. Quando não suportava mais aquela situação, que é descrita no verso 7, Ana buscou o Senhor para conhecer a Sua vontade.

Algumas lições nós aprendemos aqui, acerca de buscar a vontade de Deus para a nossa vida:

1) TRANSPARÊNCIA COM O SENHOR – Vs 10,15 – Ana se coloca diante do Senhor em oração. Ela está triste, amargurada, precisando encontrar resposta para a sua vida. Ela era serva do Senhor, confiava nele... Qual é a vontade de Deus? envergonhá-la diante do inimigo? humilhá-la? Diminuí-la? NÃO. Paulo afirma que “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus”, portanto, tudo em nós é vontade de Deus.

Ana se coloca diante de Deus sem máscaras, sem usar qualquer artifício, mas ela busca Deus com sinceridade.
O texto diz que ela chorava, sua alma estava amargurada e é assim que ela se apresentou diante de Deus para conhecer a Sua vontade.

Ana não teve medo do ridículo e nem de se expor. Não se preocupou com o que Elcana ia dizer, não se preocupou com as piadinhas que sua rival poderia fazer, nem com o que o sacerdote poderia pensar, simplesmente ela se derramou diante do Senhor – Vs 15

Joel 2.13 – “Rasgai o vosso coração”

Mateus 26.36-39 – Jesus no Getsêmani

Segunda lição que aprendemos aqui, sobre buscar a vontade de Deus para a nossa vida:

2) PERSISTÊNCIA NA ORAÇÃO – Vs 12,13,16 – Não temos o tempo exato gasto por Ana em sua oração, mas foi um tempo significativo porque chamou a atenção do sacerdote. Não só o tempo mas também a forma, a maneira em que ela orava: “Ana só no coração falava”.

Isso vem confirmar as palavras de Jesus em Mateus 6.7,8. Jesus não condenou o tempo da oração, mas as repetições vãs, sem sentido, vazias de espiritualidade. Pelo contrário, Jesus nos ensinou a persistir na oração – Lc 11.5-10.

Podemos orar a Deus com fervorosa persistência sabendo que Ele atenderá as nossas orações. Porém Deus sabe o que é melhor para nós, de uma maneira que nós não sabemos, e Ele, por isso, pode recusar em nos responder de imediato. Dizer “seja feita a Sua vontade”, submetendo nossas preferências à sabedoria do Pai, como Jesus fez no Getsêmani, é um modo explícito de expressar fé na bondade daquilo que Deus tem planejado.

Terceira lição que aprendemos aqui, sobre buscar a vontade de Deus para a nossa vida:

3) HUMILDADE NA ALMA – Vs 11,15 – Ana quando se aproxima do Senhor, se aproxima de coração quebrantado, com sua alma humilhada diante dEle. Humildade é sinônimo de necessidade, carência, de dependência, e, naquele momento, o Espírito Santo tem oportunidade de sondar o coração da serva que se coloca diante do Pai e descobrir dentro dele uma dependência de alma.

Vs 11 – “...Se benignamente atentares... e de mim te lembrares... e da tua serva não te esqueceres...” Não encontramos Ana murmurando pelos cantos ou blasfemando contra Deus ou revoltada por causa da sua sorte, mas encontramos alguém humilhada perante o Seu Senhor derramando sua alma diante do Pai para descobrir a Sua vontade – Vs 15.

Há algo de maravilho no voto de Ana – Vs 11 – Ela queria um filho, mas Ele seria do Senhor. Ela queria um filho, mas não era para exibi-lo diante de sua rival e nem para satisfazer seu próprio ego, ela queria um filho, mas o daria para o Senhor. Isso é sinônimo de humildade.

CONCLUSÃO – Vs 17-20 – Meu relacionamento com Deus se baseia na minha obediência. Ana conheceu a vontade de Deus para a sua vida através da sua transparência de vida com Deus, sua persistência na oração e sua vida de humildade com Deus.


Amém !

domingo, 28 de agosto de 2011

UMA IGREJA COMPLECENTE - Tiatira - Apocalipse 2.18-29

A palavra “complacente” significa “agradar a alguém”, “fazer a vontade”.
Tiatira era uma cidade da província romana da Ásia, área agora ocupada pela parte ocidental da Turquia. Tal como na maioria das cidades daquela região, Tiatira tinha muitos templos dedicados a vários deuses.
A primeira pessoa a aceitar Jesus como salvador na Europa, Lídia, era de Tiatira.
Historicamente houve uma Igreja em Tiatira com as condições escritas aqui por João.
A carta à Igreja em Tiatira é, ao mesmo tempo, a mais longa e a que fortemente reflete uma condição de total corrupção. Nesta carta, há um único verso que ressalta o que aquela Igreja tinha de bom; porem, há cinco versos que descrevem seus males e trazem advertências severas.
Esta carta à Igreja em Tiatira mostra-nos que a Igreja pode cair a um nível baixíssimo, e, apesar disso, ser chamada de “Igreja”. Esta carta mostra o triúnfo do paganismo na Igreja, especialmente no tocante aos seus padrões morais.
Quem escreve esta carta? Vs 18: “...O Filho de Deus, que tem os olhos como chama de fogo e os pés semelhantes ao bronze polido”. Em cada carta, o título e a caracterização de Cristo visam ter uma aplicação direta à Igreja a quem Ele escreve. Tiatira era uma Igreja corrupta, complacente com o pecado, madura para o juízo divino, pois vivia debaixo do desprazer de Deus. Assim, também, Cristo é caracterizado como um Juiz que tem autoridade, e que em breve aplicará seu castigo.
O que Ele escreve? Vs 19 – Em todas as cartas que Jesus escreve para as sete Igrejas do Apocalipse Ele descreve esse conhecimento: “Conheço as tuas obras”. Isso expressa um conhecimento das condições espirituais daquelas Igrejas, e não apenas um conhecimento daquilo que elas faziam, ao que denominamos de serviço. Há um conhecimento de Deus da condição espiritual de cada Igreja, de cada um de nós. Davi no Salmo 139 expressa esse conhecimento de Deus quando ele diz: “Tu me sondas e me conheces... de longe penetras os meus pensamentos... e conheces todo os meus caminhos. Ainda a palavra não me chegou à língua, e tu, Senhor, já a conheces toda... Tal conhecimento é maravilhoso demais para mim: é sobremodo elevado, não o posso atingir”.
Portanto, quando o Senhor diz que “Conheço as tuas obras”, Ele está afirmando que conhece não só todo o nosso serviço, mas, também como Ele conhece a nossa condição espiritual em realizar tais serviços.
O que Ele tinha contra a Igreja em Tiatira? Vs 20 – A tolerância à um tipo de Jezabel. Jezabel foi esposa do rei Acabe, rei de Israel, nos dias do profeta Elias. Foi uma rainha idolatra e imoral que lutou contra Elias, desafiando e negando a sua autoridade espiritual. Jezabel era uma princesa pagã quando o rei de Israel se casou com ela. Esse casamento assinalou o começo do declínio moral da nação de Israel. O certo é que Jezabel nunca entendeu e nem respeitou a adoração e o culto a Deus. E com isso Israel começou a viver uma das maiores apostasias da fé no reinado de Acabe.
Acabe era de caráter fraco e maleável, logo se transformou em um instrumento nas mãos de Jezabel. Ela chegou ao extremo de procurar eliminar completamente os profetas do Senhor, e teria obtido sucesso se Obadias não tivesse escondido 100 profetas, de 50 em 50 em cada cova, sustentando-os a pão e água.
Ela estabeleceu em Israel a adoração ao deus Baal e a outras divindades pagãs. Um gigantesco santuário fora levantado na capital Samaria para adoração a Baal, suficientemente amplo para conter todos os adoradores desse culto. Contava com 450 sacerdotes de Baal. Acabe, o rei de Israel, se rebaixou a ponto de oferecer sacrifícios a uma divindade falsa nos santuários que foram levantados.
Jezabel, a prostituta religiosa e ardorosa promotora da idolatria, tornou-se um símbolo do pecado que cometia a Igreja de Tiatira.
A quem Jesus se referia como Jezabel tolerada pela Igreja em Tiatira?
1. É possível que existisse na Igreja em Tiatira alguma seita licenciosa, alguma prática herética, contrária à Palavra de Deus, a quem Jesus dá o nome de Jezabel.
2. Também é provável que Jesus tenha nominado algumas pessoas que não só levavam, mas também praticavam rituais pagãos, rituais que não são ensinados por Deus em Sua adoração.
3. Notemos que Jezabel era uma profetiza de Baal. Ela imitava os dons espirituais provavelmente mediante as artes mágicas e o demonismo. Desse modo ela representa a imitação satânica dos dons espirituais.
4. O nome de Jezabel representa o adultério espiritual, e, muitas vezes, esse adultério espiritual era tolerado, ou, até mesmo encorajado dentro da Igreja de Cristo. Era quando o povo de Deus começava a crescer em vangloria, honrarias, méritos, se assentando no trono e deixando o Senhor da Igreja fora dele.
5. Em fim, quando Jesus cita Jezabel em sua carta à Igreja em Tiatira, Ele quer mostrar que muitas vezes o mundanismo, práticas religiosas, porem antibíblicas, tem penetrado no meio do povo de Deus, levando o ser humano a uma “satisfação” emocional, egocêntrica e não há uma satisfação espiritual de sua alma.
Creio que podemos entender isso como ajeitar as coisas para que todos no culto fiquem satisfeitos, sejam agradáveis, fiquem alegres, sem importar se o Senhor da Igreja está satisfeito e alegre com suas práticas.
É moldar a Igreja a padrões atuais e mundanos e não moldar o mundo aos padrões de Deus – Vs 21,22 – Há muita Igreja doente porque não tem vivido e nem pregado a seriedade do evangelho do Senhor Jesus Cristo – Vs 22 – O leito de enfermidade será um leito de morte. Aqui é subtendido a ira de Deus contra as “Jezabel” e todos aqueles que seguem as suas idéias; todos aqueles que cedem às influencias malignas do paganismo – Vs 23: “...vos darei a cada um segundo as vossas obras” – Um homem será julgado tanto pelo que tiver feito, como por aquilo que é, e não haverá exceção acerca disso, porque Paulo diz em 2º Cor 5.10: “Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo”.
Cristo faz uma promessa à Igreja fiel – Vs 24-26 – A todos aqueles que se mantiverem fieis, não abrirem a guarda para que o mundanismo penetrasse; não viveram e nem permitiram práticas mundanas dentro da Igreja do Senhor; a estes “eu lhe darei autoridade sobre as nações”. A promessa é que, aqueles que repeliram o corrupto mundo de Jezabel herdarão o novo mundo, herdarão a vida eterna. Deus fala de autoridade, Deus fala de honra, pois Deus honrará aqueles que Lhe são fieis.
Amém!

sábado, 6 de agosto de 2011

O CORDÃO DE FIO ESCARLATA - Josué 2.1-21

O livro de Josué é um dos livros históricos do Velho testamento. Ele narra a invasão da Terra Prometida pelo povo de Deus.

Josué foi o sucessor de Moisés. Foi o próprio Deus quem determinou que Josué assumisse a direção do povo de Israel para introduzi-lo à Terra Prometida porque Moisés já havia morrido – Js 1.2,3

Visto que a Terra Prometida deveria ser espiada com o propósito de ser conquistada, Josué enviou 2 homens para cumprirem essa tarefa – Js 2.1

A primeira cidade que seria tomada e destruída na Terra Prometida era a cidade de Jericó. Nesta cidade morava uma prostituta, uma mulher da vida, chamada Raabe. Foi na casa de Raabe que os 2 espias enviados por Josué se abrigaram.

Tendo o rei de Jericó tomado conhecimento da presença dos espias na casa de Raabe, mandou buscá-los, porém, Raabe os escondeu para que mal nenhum lhes acontecesse e pudessem voltar para o acampamento do povo de Israel a salvos.

Aterrorizada por causa da aproximação dos israelitas para conquistarem Jericó, Raabe fez um acordo com os espias, pedindo proteção para ela e para toda sua família.

Raabe, naquela noite, escondeu os espias dos agentes do rei de Jericó, ajudando-os a escaparem através de uma janela de sua casa que ficava em cima da muralha da cidade.

Quando a cidade foi invadida pelo povo de Israel, Josué poupou a Raabe e toda a sua família que estavam abrigados em sua casa.

O que levou Raabe a esconder os espias a ajudá-los a fugir foi a fé que ela depositou no Deus do povo de Israel.

Raabe era uma mulher depravada; jamais poderíamos pensar que ela fosse capaz de obter tão grande vitória mediante a fé que depositou em Deus.

Mas ela se tornou um exemplo clássico do que pode fazer a fé, mostrando-nos, ensinando-nos que não há pessoa neste mundo que esteja fora do alcance do milagre da fé.

Vs 17,18 – A mesma corda vermelha usada para permitir que os espias escapassem, teria de ser afixada à janela exterior da casa para que aquela casa não fosse invadida quando o povo de Israel atacasse a cidade. Aquilo que tinha servido de meio de escape para os dois espias também serviria de escape para Raabe e sua família – Vs 18,21

É importante entendermos que não foi a cordão vermelho colocado na janela que deu salvação a Raabe e sua família, mas sim a fé que ela depositou no milagre que Deus poderia fazer em sua vida.

O cordão vermelho era símbolo da libertação da morte, assim como o sangue do cordeiro da páscoa, passado nos umbrais da porta da casa do povo de Israel os livrou do anjo da morte na última noite que passaram no Egito, pois, tanto o sangue do cordeiro da páscoa, como o cordão vermelho na casa de Raabe, tipificavam, simbolizavam o sangue precioso do Senhor Jesus Cristo que seria derramado na cruz para realizar em nossa vida o milagre do perdão dos nossos pecados e nos dar a vida eterna.

Raabe teve sua vida salva, Deus a transformou porque ela creu em Deus e obedeceu aos espias, colocou o cordão vermelho na janela de sua casa como uma marca de que esperava em Deus.

Da mesma forma sua vida pode ser salva também. Deus pode realizar o maior milagre que é perdoar seus pecados e lhe dar a vida eterna, em semelhança a Raabe, porque, “...o sangue de Jesus Cristo nos purifica de todo o pecado” (I Jo1.5), mas é preciso seguir o passos de fé que Raabe seguiu:

O primeiro passo de Raabe foi:

1) RECONHECER QUEM É DEUS – Vs 8-11 – As notícias sobre o que Deus já tinha feito já havia chegado a Jericó; Deus já era conhecido e temido por todos os seus moradores. Raabe tinha consciência de que, o que estava acontecendo, era algo sobrenatural, entendendo que YAHWEH-ELOHIM (o Eterno Todo-Poderoso) é o verdadeiro Deus, aquele que habita nos céus e lá de cima controla todas as coisas – Vs 11 – Raabe se rendeu diante do poder de Deus, diante da Sua grandiosidade.

Um outro exemplo que temos de alguém que se rendeu diante do poder de Deus está registrado em Atos 16, quando Paulo e Silas estão presos e Deus manifesta Seu poder. A terra treme, as cadeias caem, e Deus faz tudo isso para salvar apenas um homem e sua família, que é o carcereiro de Filipos. Quando o carcereiro viu o poder de Deus sendo manifestado, ele se rendeu a Deus, e, como Raabe, perguntou a Paulo: “...o que devo fazer para que seja salvo?”, Paulo lhe respondeu: “Creia no Senhor Jesus Cristo e serás salvo tu e a tua casa”.

Creia no sangue derramado em seu favor, coloque em seu coração o “cordão vermelho” que serás livre da morte. Foi o que Raabe fez, ela creu no poder de Deus.

O segundo passo que Raabe deu foi:

2) RECONHECER O QUE DEUS PODE FAZER – Vs 12,13 – Tendo confessado sua fé no Deus de Israel, Raabe rogou que os espias jurassem que ela e sua família não seriam mortos. Ela tinha usado de misericórdia para com eles e estava rogando que Deus também usasse de misericórdia para com ela, seus pais, seus irmãos. Raabe reconheceu que Deus pode perdoar, salvar, agir com misericórdia: “...livrareis a nossa vida da morte” (Vs 13).

Misericórdia é o ato de tratar um ofensor com menos rigor do que ele merece, é uma atitude de compaixão e de beneficência ativa e graciosa expressa mediante o perdão calorosamente conferido a um pecador – Jó 8.5-7 - Lm 3.21-23

O terceiro passo que Raabe deu foi:

3) CREU NO LIVRAMENTO DO SENHOR – Vs 14-21 – quando Israel invadiu Jericó, destruindo todas as casas com seus moradores, Raabe foi salva, ela e todos aqueles que estavam dentro de sua casa, tendo como sinal, o cordão vermelho na janela.

O verso 21 nos mostra que Raabe acreditou, com o seu coração, que o livramento aconteceria, tanto que ela atou o cordão vermelho em sua janela.

Por causa desta atitude, o autor da carta aos Hebreus coloca Raabe na galeria dos heróis da fé (11.31) e Tiago a cita em sua carta como alguém que creu no livramento do Senhor e foi salva.

Todo nosso relacionamento com Deus se baseia na fé, no crer. Raabe creu, acreditou que poderia ser liberta da morte, e foi.

Foi o que Jesus disse a Nicodemos: João 3.16

Basta apenas que você creia que Cristo morreu, deu o Seu sangue na cruz para salvá-lo da morte eterna; basta apenas que você creia que o cordão vermelho simboliza o sangue de Cristo passado em seu coração para salvá-lo.

CONCLUSÃO – Raabe foi salva da morte. E não apenas isto, em Mateus 1.5 está registrado na genealogia de Jesus que Raabe casou-se com Salmon e tiveram um filho chamado Boaz que foi o bisavô de Davi de onde descendeu Cristo. Portanto, Raabe foi abençoada por Deus porque participou da linhagem de Jesus.

Tudo isso aconteceu porque ela reconheceu quem era Deus, reconheceu o que Deus poderia fazer por ela e creu que o Senhor a transformaria e a salvaria.

Deus pode fazer tudo isso com você.


Amém !

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

ORAI SEM CESSAR - 1º Reis 18.41-45

Está é a ordem que o Apóstolo Paulo deixou registrado em 1º Tessalonicenses 5:17: “Orai sem cessar”. Claro que isso não pode significar que devemos estar com uma postura de cabeças baixas e olhos fechados o dia todo. Não é isso que Paulo está falando; mas ele se refere a uma atitude de consciência da presença de Deus e de render a Deus tudo o que fazemos, o tempo todo.
Quando nossos pensamentos se voltam à preocupação, ao medo, ao desencorajamento e ira, devemos conscientemente e rapidamente tornar todo pensamento em oração e toda oração em ação de graças.
Em sua carta aos Filipenses, Paulo diz: “Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças” (4:6). Aos crentes de Colossos ele disse: “perseverai na oração, vigiando com ações de graças” (4:2). Aos crentes de Éfeso Paulo os exortou a enxergarem a oração como uma arma para ser usada em batalhas espirituais (Efésios 6:18). O famoso pregador do século 19, Charles Spurgeon, descreveu a vida de oração de um Cristão ao dizer: “Como os cavaleiros da antiguidade, sempre em batalha, mas nem sempre em seus cavalos avançando com suas lanças contra o seu adversário para fazê-lo cair do cavalo, mas sempre usando as armas que podiam alcançar.... Aqueles cavaleiros deprimidos geralmente dormiam em suas armaduras; então, até mesmo quando dormimos, ainda sim devemos estar no espírito de oração, para que se por acaso acordarmos de noite, ainda estaremos com Deus”.
O teólogo John MacArthur adverte que: “a falta de oração vai fazer com que paremos de depender da graça de Deus e passemos a depender de nós mesmos”.
Orar sem cessar é, em essência, dependência da comunhão com o Pai.
A nação de Israel estava sob o comando do rei Acabe. Acabe foi um rei politicamente forte e muito poderoso, mas muito fraco na moralidade pessoal e religiosa – 1º Rs 16.30-33
Elias, o profeta, aparece nesse cenário para confrontar o rei Acabe e os profetas de Baal. A primeira palavra que Deus mandou Elias dizer ao rei Acabe é que haveria uma seca em Israel, nem orvalho e nem chuva cairia sobre a terra.
Sabemos como a chuva é essencial para regar a terra; a sua falta provocou uma grande seca, fome e miséria. Em 1º Rs 18.2, quando Deus mandou Elias se apresentar a Acabe depois de um grande período de seca, diz que a “fome era extrema em Samaria”.
Após 3 anos e meio, Deus manda Elias se apresentar a Acabe porque Ele mandaria novamente a chuva sobre Israel – 1º Rs 18.1
Elias era um homem comum, exatamente igual a todos nós. Era um homem sujeito às mesmas fraquezas: ele teve medo de Jezabel, fugiu, sentiu depressão, se escondeu numa caverna, pediu para si a morte; porém, era um servo de Deus que aprendeu o valor da oração sem cessar, era um homem justo e aprendeu que a oração muito pode por sua eficácia.
Irmãos, o maior poder que existe no mundo hoje é o poder da oração, do clamor, da busca a Deus. Em Jeremias 33.3 Deus disse: “Invoca-me, e te responderei; anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas, que não sabes”.
Elias foi um homem de oração. Aqui no texto, no verso 42, diz que Elias “subiu até o alto do monte Carmelo, e, dobrou-se até o chão, meteu o rosto entre os joelhos”. Deus já tinha falado a Elias que mandaria chuva, ele já tinha a Palavra de Deus e a Sua promessa, mesmo assim, quando ele foi enfrentar o rei Acabe, ele se prostrou diante do Senhor: “...e, encurvado para a terra, meteu o rosto entre os joelhos”.
O que aprendemos aqui com Elias sobre “orar sem cessar”?

1) DEVEMOS ORAR MESMO TENDO A PROMESSA DA VITÓRIA – Vs 41 – “...Já se ouviu ruído de abundante chuva” – Quando Elias falou essas palavras ao rei Acabe, não havia, no céu, nenhuma evidência de chuva, o céu estava limpo, sem nuvens, um dia claro, sol alto. Porem, Deus já tinha liberado a abundante chuva, seria uma chuva torrencial, capaz de inundar a terra e fazê-la brotar novamente. Elias manda o rei acabe comemorar, comer, beber, pois Deus cumpriria a Sua Palavra. Elias não precisava mais orar para que a chuva caísse, pois Deus já a tinha ordenado.
Mas é exatamente aí que nós nos enganamos, ou deixamos que o diabo nos engane. Mesmo quando estamos de posse de uma promessa de Deus, nossa atitude não deve ser outra, senão, a oração.
No verso 42 diz que subiu o rei Acabe a comer e beber, a festejar, enquanto Elias foi para o alto do monte orar a Deus. Elias queria se certificar de que o ruído de chuva significava que logo choveria sobre Samaria para que todos contemplassem a vitória de Deus.
Olhem só a firmação que Elias faz a Acabe: “...Já se ouviu ruído de abundante chuva”. Havia muita seca, muita fome, grande miséria entre o povo. São nesses momentos de lutas, tribulações, de caos que ouvimos com maior freqüência as vozes de murmuração, de choro, de descontentamento. Era assim que estava o povo de Israel. Porem, em meio a todo esse caos, Elias começou a ouvir um ruído abundante de chuva.
Se começarmos a confiar nas promessas de Deus e continuarmos a orar sem cessar, nós também aprenderemos a ouvir ruídos de abundantes chuvas sobre a nossa seca, nossa miséria. Aprenderemos a ouvir os sons celestiais da esperança no meio da desesperança, da alegria no meio da tristeza, do riso no meio do choro, da cura no meio da doença. O Profeta Elias começou, pela fé a ouvir ruído de abundante chuva no meio da seca.

Continue a orar. Se você já está ouvindo ruído de abundante chuva sobre a sua vida, porém ela ainda não chegou efetivamente, continue orando, clamando, suplicando ao Senhor. Enquanto Elias orava, a chuva estava sendo gerada pela fé. Mantenha-se numa atitude de oração até que as promessas de Deus se cumpram em sua vida.

2) DEVEMOS ESTAR HUMILHADOS DIANTE DO SENHOR – Vs 42 – Elias se humilhou diante do Senhor fundamentado na promessa de Deus. Ele se ajoelhou e então se inclinou com a cabeça em terra, de tal modo que, enquanto seu rosto estava entre os joelhos, sua testa tocava o chão. Essa postura de Elias prova a intensidade de seu espírito de oração.

Tiago em sua epístola, 5.16,17,18 diz: “Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo. Elias era homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos, e orou com instância para que não chovesse sobre a terra, e por três anos e seis meses não choveu. E orou de novo e o céu deu chuva, e a terra fez germinar seus frutos”.

Essa afirmação de Tiago mostra o poder da oração de quem se coloca diante de Deus completamente humilhado.

Elias não foi nenhum super homem, ou super crente; ele não possuía poderes mágicos; Tiago diz em sua epístola que ele era um homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos que temos, isto é, fraqueza, tristeza, decepção, derrota, fragilidade, cansaço, desespero. Contudo, Elias se tornou um instrumento de poderosos acontecimentos mediante a sua vida de oração sem cessar.

Ele tinha todas as restrições e empecilhos próprios da natureza humana, mas venceu espiritualmente, por causa de sua vida de oração.

Aqui no texto encontramos um profeta prostrado, com o rosto ao chão, com o coração derramado diante do Senhor, clamando, buscando a face de Deus, buscando respostas que o próprio Deus já havia dado.

Mesmo de posse das promessas, precisamos estar humilhados diante do poder do Senhor porque quem faz o milagre, quem derrama as bênçãos é o Senhor.

Há uma palavra do Apóstolo Pedro que é muito forte quando ele diz: “humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que Ele, em tempo oportuno, vos exalte, lançando sobre Ele toda a vossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós” 1º Pd 5.6,7

3) DEVEMOS ORAR, MESMO QUANDO “NÃO HÁ NADA” – Vs 43 – “...Não há nada”. Irmãos, acho essa situação muito difícil de ser vivida do ponto de vista humano: você ora, ora, ora, e, quando olha, “não há nada”. Mas existe uma promessa, Deus já havia falado, Deus já havia dado a Sua resposta, porem, “não há nada”. Isso aconteceu por seis vezes.

Muitas vezes fracassamos na oração porque desistimos cedo demais, no limiar da bênção, desistimos, não conseguimos persistir, porque não temos paciência, não somos perseverantes, e, temos orado, orado, orado, e, “não há nada”, isto é, nada acontece.

Elias orou com intensidade. Na palavra de Tiago sobre Elias, que falamos a pouco, Tiago diz que Elias orou com “intensidade”, isso significa que Elias orou em oração, isto é, ele colocou o seu coração na oração.

Olha só o que diz o verso 43: “... e disse ao seu moço: sobe e olha para o lado do mar. Ele subiu, olhou e disse: Não há nada. Então, lhe disse Elias: volta. E assim por sete vezes”. Elias não desistiu. Ainda que estivesse demorando o cumprimento da promessa de Deus, Elias não desistiu, não se cansou, não se desanimou, não parou de buscar, não mudou o seu método, continuou prostrado com a testa no chão.

Por seis vezes Elias orou e mandou que seu servo fosse olhar lá para as bandas do mar para ver se havia algum indício de chuva e a resposta era sempre a mesma: “não há nada”. Quão humana é essa cena. Continuamos buscando e esperando sinais e indicações que nos digam se nossas orações foram ouvidas e respondidas.

As orações de Elias continuavam sem respostas. Ele tinha a promessa de Deus. Já havia declarado ao rei Acabe que “já se ouve ruído de abundante chuva”. Porem, o servo de Elias voltou a examinar o mar por seis vezes, mas nada viu.

Mas Elias não desistiu, ele se mostrou persistente em suas orações, aceitando plenamente as condições que Paulo o Apóstolo colocou em sua palavra: “Orai sem cessar”, mesmo quando “não há nada”.

CONCLUSÃO – Vs 44,45 – As promessas de Deus não falham. Em 2º Cor 1.20 a Bíblia diz: “porque quantas são as promessas de Deus, tantas têm nele o sim”. Isso mostra que nenhuma das promessas de Deus pode ser frustrada.
À sétima vez, o servo de Elias foi olhar em direção ao mar e viu uma pequena nuvem, como a palma da mão do homem, mas que carregava uma grande promessa. Era Deus respondendo ao clamor de Elias, era Deus cumprindo a sua promessa. “Então disse Elias para seu servo: vá e avisa a Acabe: prepare seu carro e desça antes que a chuva o impeça”. Aleluia!!!!! – Vs 45
Com alegria Elias reconheceu que uma grande chuva estava chegando.
A oração sem cessar, a insistência, a persistência, a oração repetida por sete vezes, revelaram a existência de uma pequena nuvem. E a pequena nuvem produziu uma poderosa chuva. Era a graça interventora de Deus.
Essa mesma graça quer intervir em sua vida neste dia.

Amém!

domingo, 10 de julho de 2011

A Alegria da Casa do Senhor - Salmo 122

Alegria é um dos sentimentos mais ricos que qualquer ser humano gostaria de viver sempre. Hoje há uma deturpação no verdadeiro sentido da alegria.

Alegria não é resultado de alguns poucos momentos alegres, mas a alegria verdadeira, duradoura, é resultado de satisfação plena de nossa alma, pela presença forte e plena do Espírito Santo em nós.

Paulo fala sobre a alegria do crente quando aos Filipenses ele escreve: "Alegrai-vos no Senhor, outra vez vos digo, alegrai-vos no Senhor". Em outras palavras, o apóstolo estava querendo dizer que a nossa alegria só pode existir quando há a alegria do Senhor. Não existe alegria longe do Senhor, não existe alegria fora da comunhão com Deus.

O Salmo 122, Salmo este escrito pelo rei Davi, fala da alegria que o povo de Deus sentia pelo privilégio de subir a Jerusalém, a Cidade Santa, e ir ao Templo, a Casa de Deus para adorar: "Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do Senhor".

Nossos privilégios, como filhos de Deus, povo escolhido do Senhor, salvos, regenerados pela Sua infinita graça e misericórdia, são maiores do que os privilégios do povo que adora deuses mortos, que vivem, congregados pela sua ignorância prestando sacrifícios que jamais podem satisfazer o Senhor Deus e jamais podem trazer alegria para os seus corações.

A nossa alegria não está baseada em estar na casa do Senhor simplesmente, mas em estar na Casa do Deus vivo, na presença deste Deus verdadeiro, que é merecedor de toda a nossa adoração e louvor, um verdadeiro sacrifício vivo, santo, fruto de lábios que confessam o Seu nome. Por isso, acheguemo-nos a Ele com alegria. "Alegrei-me quando me disseram: vamos à casa do Senhor". Nosso coração deve se regozijar por estar na casa do Senhor porque:

1) HÁ COMUNHÃO DO POVO DE DEUS – Vs 2,3 - "Cidade compacta" significa "concentrada em si mesma", que, no original hebraico, expressa o sentido de comunhão humana. Esta frase transmite a idéia de que Jerusalém (que aqui no texto indica a Casa de Deus) era o centro da vida judaica, a fonte e o centro de sua unidade coletiva.

Davi queria expressar que dentro dos muros de Jerusalém, isto é, dentro dos átrios da Casa do Senhor, havia uma unidade coletiva, uma união do povo de Deus.
E essa união existia porque o povo vinha de suas tribos mais longínquas, e se juntava em Jerusalém, na Casa de Deus para realizar o sacrifício coletivo: ”... para onde sobem as tribos, as tribos do Senhor, como convém a Israel, para renderem graças ao nome do Senhor”.

"Alegrei-me quando me disseram: vamos à Casa do Senhor", pois ali há uma verdadeira comunhão de povos diferentes, raças diferentes, tribos diferentes, culturas diferentes, mas que são capazes de viver em comunhão por causa do mesmo objetivo e propósito: prestarem sacrifício ao Único Deus. Povos diferentes sim, mais de um único Deus.

A comunhão do povo é essencial para a adoração a Deus.

Salmo 133 - Este Salmo é uma expressão de santo gozo ocasionado pela reunião de Israel como uma só família nos momentos de adoração a Deus. Pois quando há esta comunhão, Deus ordena a Sua bênção e a vida para sempre na vida de Seu povo, na vida da Igreja.

"Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do Senhor", vamos fazer parte desta comunhão com Seus remidos.

Mas nosso coração também deve se alegrar porque:

2) É MOMENTO DE RENDER GRAÇAS AO SENHOR - Vs 4 - No coração de Davi, não existia o subir à Casa do Senhor para só pedir bênçãos, mas principalmente para agradecer: "Para onde sobem as tribos, as tribos do Senhor, como convém a Israel, para renderem graças ao nome do Senhor".

Freqüenta-se o culto divino não somente para pedir bênçãos, mas também para exprimir nossa espontânea gratidão por tudo que vem de Deus.

Há um detalhe muito importante neste verso: "como convém a Israel". O que convém ao povo de Deus: subir com alegria à Sua Casa para agradecer.

O estar na casa de Deus não é motivo de escolha ou de uma decisão do nosso próprio querer, mas estar na casa de Deus deve ser motivado pelo desejo de gratidão pelas bênçãos que Deus tem derramado em nossas vidas.

Podemos parafrasear as palavras de Paulo quando Ele diz: "O amor de Deus me constrange", o amor de Deus me constrange a estar com alegria na Casa do Senhor para lhe agradecer por todas as bênçãos.

Nosso momento de culto, nosso momento de sacrifício, deve ser um momento único de gratidão, onde nossa vida é colocada aos pés do altar do Senhor, relembrando todo o bem que Ele nos tem proporcionado.
No Salmo 116, encontramos o salmista prestando a Deus um sacrifício de louvor pelas bênçãos derramadas: Vs 1-12

"Que darei eu ao Senhor por todos os Seus benefícios para comigo?" O salmista responde nos versos 14,18,19: "... na presença de todo o seu povo, nos átrios da casa do Senhor, no meio de ti, ó Jerusalém ...".

"Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do Senhor", pois na casa do Senhor demonstramos nossa gratidão pelas suas bênçãos em nossas vidas.

Mas nosso coração também deve se alegrar porque

3) HÁ RECONHECIMENTO DA SOBERANIA DE DEUS - Vs 5-8 - "Tronos de justiça, tronos da Casa de Davi"- A ida à Casa do Senhor, à cidade de Jerusalém, com alegria no coração, era também o reconhecimento do povo de que Deus era o único Rei de Israel, acima do rei Davi, quem escreve o Salmo, acima de qualquer outro rei, Deus é o Rei dos reis. É o reconhecimento de que não há Rei maior, não há Rei melhor, não há Rei tão grande, como o nosso Deus, o Rei dos reis, o Senhor dos senhores.

"Alegrei-me quando me disseram: Vamos", vamos buscar o nosso Rei, vamos adorá-lo, vamos agradecer a ele por tudo, vamos orar, buscar, derramar nosso ser, nosso íntimo na presença do Único Deus.

Quando o povo chegasse a Jerusalém, reconhecendo os juízos de Deus, a Sua soberania sobre todas as coisas, Seu reinado absoluto sobre o Seu povo, o povo deveria orar, buscar a face do Senhor para que:

a) Houvesse paz - Vs 6,7 - Este era o compromisso do povo ao estar diante do Senhor. Orar para que a paz reinasse sobre a Igreja do Senhor, isto é, sobre o povo de Deus. Paz significa não só estado tranqüilo de espírito, mas "perfeição", "plenitude", "contemplação", "saúde", isto é, uma paz dinâmica, capaz de produzir frutos na vida diária do povo de Deus.

Orai pela paz de Jerusalém, orai pela paz da Igreja, orai pela paz do Povo de Deus, orai para que essa paz produza frutos (perfeição, plenitude, contemplação do verdadeiro Deus, saúde), e vivam em prosperidade espiritual todos aqueles que amam o Senhor e haja prosperidade, crescimento, desenvolvimento, reavivamento, despertamento, que haja prosperidade dentro dos muros da casa do Senhor.

b) Houvesse comunhão - Vs 8 - Realmente o amor e a comunhão entre irmãos e amigos tem sido algo muito difícil hoje em nossos dias. Só a presença de Deus é que pode quebrar todas as barreiras criadas pela desunião e a ira provocadas pelo estado de pecado do homem. Deus não quer que haja divisão no Seu corpo, pelo contrário, que cada membro viva em perfeita harmonia para que haja crescimento deste corpo. "Por amor dos meus irmãos e amigos eu peço: Haja paz em ti".

CONCLUSÃO - Vs 9 - "Por amor da casa do Senhor, nosso Deus, buscarei o teu bem" - Amor à Casa de Deus, amor ao Templo, amor ao local onde Deus escolheu para colocar o Seu nome, amor ao local onde os olhos de Deus estariam abertos e Seus ouvidos atentos à oração do povo que chamaria pelo Seu nome, amor à esta casa chamada Casa de Oração, por amor a esta casa, buscarei o teu bem.

Só o fato de sentirmos alegria em estar na casa do Senhor, já nos colocamos à disposição de Deus para amar a sua Casa de Oração, já nos colocamos à disposição do Espírito para realizarmos nesta casa aquilo que Lhe apraz, pois só Ele efetua em nós tanto o querer como o realizar.

Só o que está faltando em nós hoje é alegria de estar na Casa do Senhor.

"Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do Senhor". Esta alegria não pode ser sentida por aqueles que estão mais preocupados consigo mesmos e, conseqüentemente vivendo afastado de um relacionamento mais íntimo e sincero com Deus, pois estão abrigando pecados em sua vida.

Se não sentimos alegria em subir à Casa do Senhor, é porque o nosso interesse está em outras coisas que não dizem respeito a Deus. Estamos em pecado.

Irmãos, tenhamos em nós o mesmo sentimento que houve também em Davi, alegria de chegar à Casa do Senhor, adentrar nos Seus átrios, provar da comunhão com Deus e com os Seus remidos, reconhecer nossa gratidão por tudo que Deus tem realizado em nossa vida e reconhecer a Sua soberania, Seu reinado absoluto sobre a nossa vida. Orar, orar para que haja paz e prosperidade nesta Casa. E, assim, a bênção do Senhor estará sobre nós.

Amém!

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Tirai a Pedra - João 11.35-44

"Conta-se a lenda de um rei que viveu num país há muitos anos. Ele era muito sábio e não poupava esforços para ensinar bons hábitos a seu povo. Freqüentemente fazia coisas que pareciam estranhas e inúteis; mas tudo que fazia era para ensinar o povo a ser trabalhador e cauteloso.
- nada de bom pode vir a uma nação - dizia ele - cujo povo reclama e espera que outros resolvam seus problemas. Deus dá as coisas boas da vida a quem sabe lidar com os problemas.
Uma noite, enquanto todos dormiam, ele pôs uma enorme pedra na estrada que passava pelo palácio. Depois foi se esconder atrás de uma cerca, e esperou para ver o que acontecia.
Primeiro veio um fazendeiro com uma carroça carregada de sementes que ele levava para moagem na usina.
- Quem já viu tamanho destino? - disse o fazendeiro contrariado, enquanto desviava sua carroça e contornava a pedra. - Por que esses preguiçosos não mandam retirar essa pedra da estrada? - E continuou reclamando da inutilidade dos outros, mas sem ao menos tocar, ele próprio, na pedra.
Logo depois, veio um jovem soldado cantando pela estrada. A longa pluma do seu quepe ondulava na brisa, e uma espada reluzente pendia à sua cintura. Ele pensava na maravilhosa coragem que mostraria na guerra. O soldado não viu a pedra, mas tropeçou nela e se estatelou no chão poeirento. Ergueu-se, sacudiu a poeira da roupa, pegou a espada e enfureceu-se com os preguiçosos que insensatamente haviam largado uma pedra imensa na estrada. Então, ele também se afastou, sem pensar uma única vez que ele próprio poderia retirar a pedra. Assim correu o dia. Todos que por ali passavam reclamavam e resmungavam por causa da pedra colocada na estrada, mas ninguém a tocava.
Finalmente, ao cair da noite, uma simples varredoura de rua por lá passou. Era muito trabalhadora, e estava cansada, pois desde cedo andava ocupada em seu trabalho. Mas disse a si mesma:

- Já está quase escurecendo, alguém pode tropeçar nesta pedra à noite e se ferir gravemente. Vou tirá-la do caminho. E tentou arrastar dali a pedra. Era muito pesada, mas a moça empurrou, e empurrou, e puxou, e inclinou, até que conseguiu retirá-la do lugar. Para sua surpresa, encontrou uma caixa debaixo da pedra. Ergueu a caixa. Era pesada, pois estava cheia de alguma coisa. Havia na tampa os seguintes dizeres: "Esta caixa pertence a quem retirar a pedra." Ela abriu a caixa e descobriu que estava cheia de ouro. A simples varredoura de rua foi para casa com o coração feliz.
Quando o fazendeiro e o soldado e todos os outros ouviram o que havia ocorrido, juntaram-se em torno do local na estrada onde a pedra estava. Revolveram o pó da estrada com os pés, na esperança de encontrar um pedaço de ouro.
- Meus amigos - disse o rei - com freqüência encontramos obstáculos e fardos no caminho. Podemos reclamar em alto e bom som enquanto nos desviamos deles se assim preferirmos, ou podemos erguê-los e descobrir o que eles significam. A decepção é normalmente o preço da preguiça."

A família de Marta e Maria estava passando por um dos piores momentos em sua vida. Lázaro, seu irmão, havia falecido. Era uma família amiga e amada por Jesus. Quando Lázaro adoeceu, suas irmãs mandaram chamar Jesus para que viesse curá-lo. Porém Jesus declarou que a enfermidade de Lázaro não era para a morte e sim para a glória de Deus, a fim de que o Filho de Deus fosse por ela glorificado.
Por causa disso, Jesus não atendeu de imediato ao chamado daquela família, mas demorou-se dois dias no lugar onde estava.
Depois de dois dias, chamou os discípulos para irem outra vez para a Judéia porque o amigo Lázaro havia falecido e Ele iria ressuscitá-lo.
Quando Jesus chegou à aldeia de Betânia, onde morava aquela família, Marta, a irmã do morto, quando soube que Jesus estava vindo, correu ao seu encontro, prostrou-se aos Seus pés e declarou todos os seus sentimentos – Vs 21
Havia naquela família um sentimento de perda, de derrota, misturado com o sentimento de frustração, pois elas haviam mandado chamar Jesus e Ele havia demorado em atender o seu chamado e, naquele momento, Lázaro já estava sepultado.
Aos olhos humanos não havia mais o que fazer. Lázaro já estava sepultado há 4 dias, já cheirava mal, seu corpo já havia entrado em decomposição. Todas as esperanças já haviam acabado, todas a chances de uma restauração já não existiam mais. Agora era lidar com a dor da saudade e da separação e esperar a ressurreição do ultimo dia. Foi o que Marta respondeu a Jesus quando Ele lhe disse que seu irmão iria ressuscitar: “eu sei, replicou Marta, que ele há de ressurgir na ressurreição, no ultimo dia”. Seu coração estava tão machucado, sentia tanta dor em seu peito que, naquele momento de dor, sua esperança era uma esperança futura, ela cria era na ressurreição do ultimo dia e não de imediato; não havia esperança no agir imediato de Jesus.
Conduziram Jesus até à porta do túmulo de Lázaro, era uma gruta a cuja entrada tinham posto uma pedra; e, movido pelo amor que Ele sentia por aquela família, vendo-lhes o sofrimento, a dor, o pesar, sentindo compaixão por eles, Jesus agitou-se em Seu espírito, comoveu-se com aquelas irmãs e chorou.
Deus trabalha com propósitos, nada foge aos planos ou propósitos do Senhor. E o propósito de Jesus em se demorar na enfermidade de Lázaro que o levou à morte, era que Seu nome fosse glorificado quando Lázaro fosse ressuscitado. E assim aconteceu.
A Bíblia nos ensina que Deus é o “Deus dos impossíveis”, isto é, aquilo que o homem não pode resolver, Deus pode; aquilo que a medicina aponta como mal, Deus transforma em bem; aquilo que para o homem chegou ao ponto final, Deus abre todas as portas. Deus é o Deus do impossível.
Jesus chegou diante do túmulo de Lázaro e ordenou: “Tirai a pedra”. Não poderia Jesus ordenar àquela pedra que saísse da porta do túmulo para que Lázaro pudesse sair? Claro que sim, pois Ele é Senhor de todas as coisas. Porém, aquela pedra não estava sendo um tropeço para Jesus, e sim, um tropeço para aquela família e para todos que ali estavam porque a Bíblia diz que havia ali muitas pessoas que tinham ido visitar aquelas irmãs.
Mas eles precisavam fazer alguma coisa para que pudessem ver o agir de Jesus, pudessem contemplar o Seu milagre. Eles precisavam retirar a pedra.
Meu amado, talvez você ainda não tenha visto o agir de Deus em sua vida e nem contemplado o milagre, porque lhe falta retirar e pedra que existe em seu caminho. Pedra é um grande obstáculo, em qualquer lugar que ela estiver, ela atrapalha o caminho. A ordem que Jesus dá àquelas pessoas é: “Tirai a pedra”.
1) TIRE A PEDRA INCREDULIDADE – A primeira coisa que estava atrapalhando Marta e Maria de enxergar a glória de Deus, isto é, enxergar o milagre que Jesus estava prestes a realizar, era incredulidade, a falta de fé.
Quando Marta vai ao encontro de Jesus antes dele entrar em Betânia, ao se lançar aos Seus pés debulhada em lágrimas, ela coloca pra Jesus a sua decepção, a sua falta de fé, falta de confiança nos propósitos de Deus – Vs 20-27.

Ela declara que Jesus era o Messias prometido, o Filho de Deus que deveria vir ao mundo, mas ela continua descrendo em Seu poder, descrendo em Seus propósitos, descrendo no milagre que Jesus poderia realizar. E essa falta de fé nós encontramos nessas palavras de Marta quando Jesus manda retirar a pedra: “Senhor, já cheira mal, porque já é de quatro dias”. Ó Marta, Marta, onde está a tua fé? Retire de sua vida essa pedra, creia. Mas foi exatamente isso que Jesus lhe respondeu: “Não te disse eu que, se creres verás a glória de Deus?”.

Muitos daqueles que tem buscado o Senhor em momentos tão difíceis como esse, não tem conseguido enxergar o Seu auxilio, a Sua presença, a Sua companhia, o Seu agir, por falta de fé.

Quando Jesus questionou Tomé quando Tomé não acreditou na ressurreição de Jesus, Jesus disse a Ele: “Porque me viste, creste? Bem-aventurados os que não viram e creram” Jo 20.29

Temos muitos exemplos bíblicos de pessoas que receberam de Jesus a cura, a solução de seus problemas, porque se chegaram à Ele com fé. Mais um exemplo foi aquela mulher que tinha um fluxo de sangue durante 12 anos e já tinha gastado tudo com médicos e remédios. Quando ela consegue chegar perto de Jesus, ela não se identifica, não conversa com Ele, não lhe pede a cura, mas ela simplesmente toca nas vestes de Jesus e imediatamente fica curada, depois de 12 anos de enfermidade. Ao sentir-se ser tocado, Jesus olha para aquela mulher e diz: “Tem bom ânimo, filha, a tua fé te salvou. E, desde aquele instante, a mulher ficou sã”

Deus quer encontrar fé em seu coração. Tirai a pedra da falta de fé, da descrença, da incredulidade e creia no Senhor Jesus, creia em Seu poder, creia nesse Deus que conhece todas as suas lutas e pode fazer o que ninguém mais faz. Creia no Deus do impossível e tire a pedra da incredulidade de seu coração.

2) TIRE A PEDRA DA DÚVIDA – A resposta que Marta dá à Jesus quando Ele ordena para tirarem a pedra é imediata. Marta não esperou em silencio o que Jesus podia fazer, mas, ansiosa, preocupada, e com o coração cheio de dúvida se o poder de Jesus era tão grande ao ponto de restaurar as moléculas do corpo que já estavam em decomposição, ela grita: “Senhor, já cheira mal, porque já é de quatro dias”. Será que Deus pode realizar algo tão impossível assim, contrário até mesmo à natureza?

Quando Jesus foi inquirido por um homem de alta posição cerca da salvação, ao responder àquele homem, Jesus disse que “Os impossíveis dos homens são possíveis para Deus” Lc 18.27.

Também quando o anjo Gabriel foi comunicar à Maria que ela conceberia do Espírito Santo e nasceria dela o Deus encarnado, Gabriel também lhe disse que “Isabel também tinha concebido um filho em sua velhice, e já estando no sexto mês para aquela que diziam ser estéril. Porque para Deus não haverá impossíveis em todas as suas promessas”. Lc 1.36,37.

Não basta apenas crer em Jesus, é preciso não duvidar de Suas promessas, não duvidar de Seu poder, não duvidar de que Ele é Senhor de todas as coisas, até mesmo aquelas coisas que, para nós humanos, seria totalmente impossível. Aquilo que é impossível para você, é possível para Deus; aquilo que é impossível para os médicos, é possível para Deus; aquilo é impossível para a justiça, é possível para Deus. Em fim, tudo é possível para Deus. Não podemos duvidar desse poder, precisamos acreditar, confiar em toda a Sua Palavra.

Tirai a pedra. Mas Senhor, já tem 4 dias, já está em decomposição, já cheira mal, o corpo já está virando pó! Tirai a pedra.

Tire a pedra da dúvida de Seu coração. Talvez você esteja vindo aqui, participando destes cultos de propósitos e ainda questionando se Jesus pode mesmo resolver o seu problema, agir em sua vida. Não duvide, creia – Mateus 21.18-22

Tire a pedra da dúvida de seu coração e você vai ver o milagre acontecer.

3) TIRE A PEDRA DO PECADO – Jesus nos ensinou que o existe um pecado que Deus não perdoa: a blasfêmia contra o Espírito Santo. Esse pecado significa não crer em Jesus Cristo como Filho de Deus. E é o pecado que os judeus cometeram, não creram em Jesus como o Messias prometido.

Ali na casa da Marta e Maria estavam amigos que foram consolá-las. Ao verem Jesus chorar, enquanto uns diziam que Jesus chorava por amor a Lázaro, outros já questionavam o Seu poder dizendo: “não podia Ele, que abriu os olhos ao cego, fazer que este não morresse?” Vs 37

Quando removeram a pedra que estava fechando a porta da gruta onde Lázaro estava sepultado, Jesus fez a seguinte oração: “Pai, graças te dou porque me ouviste. Aliás, eu sabia que sempre me ouves, mas assim falei por causa da multidão presente, para que creiam que tu me enviaste” Vs 41,42

Aquela multidão incrédula, judeus que não reconheciam Jesus como o Messias prometido, o Filho de Deus encarnado, estavam ali e iriam contemplar um dos maiores milagres do Senhor: uma ressurreição após quatro dias já sepultado. O maior pecado aos olhos de Deus é a incredulidade em Seu Filho.

O profeta Isaías 59.1-3 diz assim: “Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem surdo o seu ouvido, para não poder ouvir. Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça. Porque as vossas mãos estão contaminadas de sangue, e os vossos dedos, de iniqüidade; os vossos lábios falam mentiras, e a vossa língua profere maldade”.

O pecado forma um tipo de névoa entre Deus e nós de forma que Deus não pode agir, Deus não pode salvar, Deus não pode se relacionar conosco quando há pecado.

Quando Jesus estava colocado na cruz, diz a Bíblia que o véu do templo se rasgou. Esse véu do templo fora colocado por Deus quando Ele mandou Moisés instituir o Tabernáculo. Era o véu que separava o Santo Lugar do Santo dos Santos, isto é, era o véu que separava o homem de Deus. Jesus morrendo na cruz, este véu do templo foi rasgado, isto é, aquilo que separava o homem de Deus foi rasgado pela cruz. Isto significa que o pecado que separava o homem de Deus foi pago, foi resolvido, hoje podemos ter comunhão com Deus, desfrutar de Suas bênçãos, contemplar os Seus milagres em nossa vida porque o nosso pecado foi perdoado por Cristo na cruz.

Por isso devemos tirar a pedra do pecado para podermos contemplar as bênçãos do Senhor. O pecado tem sido o grande e único tropeço que nos impede de nos relacionarmos melhor com Deus. Por isso, tirai a pedra. Enquanto houver pecado, enquanto não nos arrependermos diante de Deus e clamarmos pelo Seu perdão, não podemos ver a glória de Deus.

De Carlos Drummond de Andrade: No meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra

“Então, ordenou Jesus: Tirai a pedra... Tiraram então a pedra... e Jesus clamou em alta voz: Lázaro, vem para fora! Saiu aquele que estivera morto, tendo os pés e as mãos ligados com ataduras e o rosto envolto num lenço. Então, lhes ordenou Jesus: desatai-o e deixai-o ir”.

Depois que tiraram a pedra, foram apenas 4 palavras revestidas de todo o poder: “Lázaro, vem para fora!”. Podemos imaginar as células mortas se recompondo, seu coração começando a bater novamente bombeando o sangue para todas as veias do seu corpo, seu cérebro, tudo assumindo novamente a sua função, foram quatro dias de total paralisação, muitos microorganismos já estavam secos, porém, diante da Palavra de poder de Jesus, tudo começa a funcionar perfeitamente e “Saiu aquele que estivera morto”.

Tirai a pedra do seu caminho. Se há incredulidade, creia no Deus do impossível; se há dúvida em Suas promessas, confie e espere no Seu agir; se há pecados, clame por perdão, pois Ele tem prazer na misericórdia. Tire a pedra do Seu caminho e você verá a glória de Deus.

Amém!

quinta-feira, 9 de junho de 2011

ESTOU EM GRANDE OBRA - Neemias 6.1-14

“Quando Deus põe um sonho em teu coração, você o segura, acalenta em suas mãos, mesmo sendo invisível, algo impossível, foi Deus quem te fez sonhar”.
Foi isso que aconteceu com Neemias. Neemias era judeu e viveu durante o período em que Judá era uma província do Império Persa. Ele havia sido designado copeiro do rei Artaxerxes. Através de seu irmão Hanani, Neemias ouviu sobre a condição lamentável em que se encontrava Jerusalém e encheu-se de tristeza – Ne 1.4-10
Ao receber essas notícias da destruição de Jerusalém, dos moradores que ali ficaram e não foram levados para a Babilônia, mas se encontravam em grande miséria e desprezo, os muros de Jerusalém destruídos e suas portas queimadas, diante de todas essas notícias, Deus põe um sonho no coração de Neemias.
Ao perceber a tristeza estampada na fisionomia de seu copeiro, o rei Artaxerxes lhe perguntou o motivo e Neemias explicou e colocou o sonho que Deus lhe havia colocado em seu coração – 2.5: “... Se é do agrado do rei, e se o teu servo acha mercê em tua presença, peço-te que me envies a Judá, à cidade dos sepulcros de meus pais, para que eu a reedifiques”.
Um sonho de Deus colocado no coração de seu servo. Um projeto de Deus sendo recebido pelo coração sonhador de Neemias: se ausentar do palácio real onde era apenas um copeiro, para reedificar a cidade de Jerusalém que havia sido destruída anos atrás pelo rei da Babilônia.
Era um sonho de Deus, e “quando Deus põe um sonho no seu coração eu sei que Ele mesmo te ajudará, pois dEle é o querer e o realizar, foi Deus quem te fez sonhar”. Ao se reunir com os magistrados em Jerusalém, diz em 2.18: “Lhes declarei como a boa mão do meu Deus estivera comigo e também as palavras que o rei me falara. Então, disseram: Disponhamo-nos e edifiquemos. E fortaleceram as mãos para a boa obra”.
Começaram, então, a reedificação dos muros de Jerusalém. Neemias conseguiu compartilhar e contaminar quase todos os moradores de Jerusalém com o sonho que Deus lhe havia colocado em seu coração.
Mas sempre existem aqueles que, alem de não acreditarem nos sonhos que Deus põe em nosso coração, ainda se deixam ser usados pelo diabo para tentar destruir um propósito de Deus em nossa vida.
Se levantaram contra Neemias alguns homens dispostos a conspirarem contra ele para intimidá-lo, para destruí-lo, e, consequentemente, destruir o sonho de Deus – Ne 6.1-3
A resposta que Neemias lhes dá demonstra o propósito que ele havia feito com Deus. Deus havia colocado em seu coração um sonho; Deus havia dado todas as condições para que esse sonho se tornasse realidade (a boa mão do Senhor estava com ele). Neemias havia feito deste sonho um propósito em sua vida, agora ele não podia desistir, ele não podia negligenciar, ele não podia cochilar neste propósito, não podia abrir mão de cumpri-lo, por isso ele responde aos seus inimigos: “... Estou fazendo grande obra, de modo que não poderei descer; por que cessaria a obra, enquanto eu a deixasse e fosse ter convosco?” – Vs 3
Quantas vezes recebemos sonhos de Deus em nosso coração, mas, por falta de compromisso, por falta de transformar esses sonhos em propósitos, deixamos de cumpri-los!
Neemias nos traz uma grande lição neste capítulo: “Estou fazendo grande obra, de modo que não poderei descer”. Ele não abriu mão do sonho que Deus lhe havia colocado em seu coração; ele não abriu mão de cumprir o propósito de Deus para a sua vida, ele não cedeu às artimanhas dos inimigos, mas manteve firme o seu compromisso, o seu propósito diante de Deus.
O que podemos aprender aqui?

1) RESPONSABILIDADE NO PROPÓSITO – Vs 4 – Havia uma insistência por parte dos inimigos para que ele deixasse a obra e fosse ter com eles. Havia uma insistência para que ele deixasse o seu compromisso, mesmo que fosse por um instante apenas, e fosse conversar com seus inimigos. Por quatro vezes aqueles homens tentaram desviar Neemias de seu propósito, mas em todas as quatro vezes, receberam a mesma resposta: “Estou fazendo grande obra, de modo que não poderei descer”.
Neemias estava engajado numa grande responsabilidade que Deus havia colocado em seu coração. Ele tinha recebido de Deus um sonho, ele tinha recebido de Deus um propósito para sua vida. Deus o havia engrandecido, pois de copeiro do rei, ele agora estava governando Jerusalém; já havia restaurado o muro, só faltavam as portas, e isso em tempo record. Ele não tinha tempo para gastar com aqueles que não têm os sonhos de Deus. Ele tinha uma responsabilidade no propósito que Deus lhe havia dado, ou no propósito que ele havia colocado em seu coração para cumprir diante de Deus. Ele não podia olhar para outras coisas, ele tinha responsabilidade com aquilo que Deus queria para a sua vida: “Estou fazendo grande obra, de modo que não poderei descer”.
Responsabilidade com Deus e responsabilidade diante de Deus. Não basta apenas fazer ou ter um propósito, é preciso ter responsabilidade em cumpri-lo.
Onde está o seu coração? O coração de Neemias estava em cumprir o sonho de Deus. Nada iria atrasá-lo, ou mesmo, impedi-lo. O sonho de Deus havia se tornado o propósito da vida de Neemias. E o seu? E o sonho de Deus para você? Você o tem transformado num propósito para a sua vida e o tem visto com responsabilidade?

2) VISÃO DE DEUS NO PROPÓSITO – Vs 5-9 – “Agora pois, ó Deus, fortalece as minhas mãos” – O que me impressiona aqui é a maneira como Neemias reagiu diante do falso testemunho que os inimigos inventaram. Inventaram que ele estava edificando os muros porque ele queria ser o rei dos judeus; que ele tinha até colocado profetas em Jerusalém para o proclamarem como rei. Mas a firmeza com a qual Neemias responde é que me surpreende: Numa tradução diferente ele diz assim: Vs 8,9: “Eu lhe mandei esta resposta: Nada disso que você diz está acontecendo; é pura invenção da sua cabeça. Estavam todos tentando nos intimidar, pensando: Eles serão enfraquecidos e não concluirão a obra. Eu, porém, orei: Agora, fortalece as minhas mãos!” (NVI). Neemias tinha plena convicção de que a obra que ele estava realizando era um sonho de Deus e que os sonhos de Deus ninguem pode destruir. Neemias tinha visão de Deus em seu propósito.
Ao orar Neemias demonstra que sua obra não era fruto de um projeto seu e nem simplesmente um desejo humano de se aparecer ou se tornar um herói para os judeus, muito menos de se tornar seu rei. Ao orar Neemias vai mostrar que seus sonhos eram para Deus, para glorificar o nome de Deus, para engrandecer o Deus de Israel e não a si mesmo.
Ele pede forças ao Senhor para continuar a cumprir o seu propósito porque ele sabia que Deus estava naquilo tudo; fora Deus quem o havia feito sonhar e era Deus quem o estava fortalecendo naqueles dias para que a obra fosse cumprida.
O propósito de Neemias era para glorificar o nome de Deus, nada para si mesmo ou para o seu próprio ego. Ele tinha a visão de Deus em seu propósito. Para quem você está fazendo o seu propósito? Para Deus ou para si mesmo? O sonho que você tem no coração foi colocado por Deus ou apenas para satisfazer um desejo seu?
Neemias nos ensina que devemos sonhar sim, e muito, mas sonhos que venham do próprio Deus para a nossa vida, sonhos que glorifiquem a Deus, que promovam a Sua glória.

3) TEMOR DE DEUS NO PROPÓSITO – Vs 10-13 – Neemias foi à casa de Semaías, um profeta. Certamente era alguém da confiança de Neemias, senão ele não teria ido e se trancado em casa com um desconhecido, sabendo que queriam matá-lo. Porém, Semaías havia sido comprado pelos inimigos de Neemias para traí-lo e atraí-lo até ao templo para que ali ele fosse morto. Porém, o temor que Neemias tinha do Senhor, mais uma vez o livrou das mãos de seus inimigos: “... Quem há, como eu, que entre no templo para que viva? De maneira nenhuma entrarei. Então percebi que não era Deus quem o enviara; tal profeta falou ele contra mim, porque Tobias e Sambalate o subornaram” Vs 11. Resposta firme.
É interessante notarmos que, sendo um leigo, apenas um copeiro do rei que havia se colocado à disposição de Deus para cumprir os seus sonhos, não sendo sacerdote, não sendo levita, não podia entrar no templo: “... Quem há, como eu, que entre no templo para que viva?” ele poderia ter imaginado que, sendo cumpridor de uma tarefa tão importante dada por Deus como restauração dos muros de Jerusalém, agora que estava passando por dificuldades, ele podia entrar no templo. Mas não, ele tinha o temor de Deus em seu coração, ele sabia o seu lugar; e esse temor fez com que ele percebesse que se tratava de mais uma artimanha de seus inimigos para destruí-lo.
Salomão nos ensina em Provérbios 14.27 que “O temor do Senhor é fonte de vida para evitar os laços da morte”. E foi o que aconteceu com Neemias, o temor que ele tinha de Deus evitou que ele entrasse no templo como o falso profeta havia dito e com isso ele foi livre da morte.
Ainda no Salmo 111.10 o salmista declara que “o temor do Senhor é o princípio da sabedoria; revelam prudência todos os que o praticam. O seu louvor permanece para sempre”.
Não há como sonhar os sonhos de Deus sem temor a Deus. Não há como fazer propósitos com Deus sem temor. Antes de mais nada, diante do medo, diante das acusações do inimigo, diante das tribulações que enfrentava, Neemias não abriu mão do temor a Deus.

CONCLUSÃO: Vs 15,16 – A construção do muro, o sonho de Deus que Neemias transformou em propósito para a sua vida, levou apenas, 52 dias para ser concluído. Em apenas 52 dias toda Jerusalém estava fechada, livre de seus inimigos, com as portas colocadas no lugar.
Neemias e todos os judeus se regozijaram porque valeu a pena sonhar e tornar como propósito o sonho de Deus. Mas os seus inimigos ficaram arrasados, com a auto-estima destruída, e somente então reconheceram que Deus estava envolvido naquela obra.
Foi uma realização divina. Essa é a única maneira de explicar o que aconteceu em tão pouco tempo e diante de tão ferrenha oposição.
Neemias era um homem sonhador, porém, sonhava em servir a Deus, servir aos propósitos de Deus, por isso deixou uma grande obra, as muralhas de Jerusalém, como seu monumento eterno.
E você? Que tipo de sonhador você tem sido? Quais têm sido os propósitos em sua vida? Que tipo de legado você vai deixar com os propósitos que você tem feito?

sábado, 4 de junho de 2011

Que Rito é Este? Êxodo 12.23-28

Deus toma posse de Seu povo. Todo o capítulo 12 e parte do capítulo 13 de Êxodo traz a história da noite em que Deus desceu para livrar o povo de Israel da escravidão do Egito pelas mãos de Moisés e Arão, usando, para isso, as 10 pragas contra Faraó e o seu povo.

Aqui no capítulo 12 a Bíblia mostra o anúncio da décima praga, que era o seguinte: à meia noite o anjo da morte iria percorrer todas as terras do Egito matando todos os primogênitos.

Porem Deus realizaria grande livramento aos escravos israelitas, o Seu povo. Deus ordenou que, para que fossem salvos do anjo da morte, deveriam celebrar a Páscoa.

Para a celebração da Páscoa, Deus deu ordens específicas a Moisés para que cada família sacrificasse um cordeiro macho, de um ano de idade, sem defeito, sem mancha e deveriam pegar o sangue desse cordeiro e passar em ambas as ombreiras e na verga da porta de cada casa dos Israelitas, desta forma quando o anjo do Senhor viesse ferir os primogênitos, não tocaria na vida de Seu povo.

A palavra "Páscoa" no hebraico significa pesah, passar por cima, passar de largo, poupar. E foi exatamente isso que aconteceu, o Anjo do Senhor feriu todos os primogênitos do Egito e quando via o sangue nas portas, passava por cima das casas dos hebreus.

Aconteceu que, à meia-noite, o anjo da morte enviado pelo Senhor feriu todos os primogênitos na terra do Egito, desde o primogênito de Faraó, até ao primogênito do maior escravo, e todos os primogênitos dos animais. E, naquela madrugada houve grande desespero no Egito, pois não havia casa em que não houvesse morto; da casa de Faraó até à mais humilde casa, atingindo até os animais: não havia casa em que não houvesse morto. Então, naquela mesma noite, Faraó chamou a Moisés e a Arão e lhes ordenou que saíssem com o povo de Israel do Egito. Saiu, pois, o povo de Deus, liberto da escravidão, livre para servir ao Senhor e gozar de Sua presença, saíram em direção à Terra Prometida.

A partir daquele momento, o povo de Deus deveria celebrar a Páscoa como estatuto perpétuo, como um memorial. Assim quando os seus filhos perguntassem: Que Rito é Este? A Páscoa serviria de testemunha. Porque, na realidade a Páscoa era a celebração da vitória que o Senhor havia dado ao Seu povo.

Para nós, os cristãos, a Páscoa contém um rico simbolismo. O próprio Novo Testamento afirma que as festas judaicas eram sombra de coisas futuras, coisas que haveriam de vir (Cl 2.16,17;Hb 10.1). Portanto, a Páscoa apontava para o sacramento da Ceia do Senhor instituído pelo Senhor Jesus Cristo aos Apóstolos e à Sua Igreja. E a Ceia do Senhor aponta para o sacrifício de Cristo, a morte do Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo, onde o Seu sangue, derramado sobre a cruz, é capaz de nos purificar de todo o pecado e nos livrar da morte eterna.

Que Rito é Este? Qual o significado da Páscoa e, consequentemente, a Ceia do Senhor?


1) É INSTRUMENTO DO SENHOR PARA LIVRAR DO DESTRUIDOR – Vs 23 – “...não permitirá ao Destruidor que entre em vossas casas, para vos ferir” – Aquela 10ª praga traria muita dor e sofrimento para o povo. Enquanto as outras 9 pragas não tinham causado tanta dor, como: a água estava sendo transformada em sangue, enquanto eram apenas as rãs, piolhos, gafanhotos, mas as pessoas continuavam vivas, podemos dizer que ainda era suportável. Porem, agora, haveria morte. Morte traz consigo a dor, o desespero, o sofrimento, a destruição completa.

Mas o sangue do cordeiro passado na verga da porta e em ambas as ombreiras serviria de proteção para o povo de Deus. Que Rito é Este? É um rito que celebra o livramento da morte, é um rito que promove a liberdade.

Hoje, quando celebramos a Ceia do Senhor, também podemos fazer a mesma afirmação quando nos perguntam Que Rito é Este?: estamos aqui celebrando o livramento do Destruidor.

Sim, a Bíblia nos ensina que o sangue do Senhor Jesus Cristo nos purifica de todo pecado. Foi preciso que o sangue fosse derramado para que recebêssemos o perdão de nossos pedados. O autor da Carta aos Hebreus nos ensina que sem derramamento de sangue não há remissão de pecados. O sangue de Jesus foi derramado, o sangue de Jesus foi passado em nosso coração.

“Portanto, se o sangue de bodes e de touros e a cinza de uma novilha, aspergidos sobre os contaminados, os santificam, quanto à purificação da carne, muito mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas, para servirmos ao Deus vivo!” Hb 9.13,14

Que Rito é Este? É o instrumento de Deus para nos dar a libertação da escravidão do pecado.


2) É ALIANÇA PERPETUA DE DEUS – Vs 24 - Aliança significa pacto, acordo, ajuste, concerto. Naquele momento ali no Egito, quando o povo de Israel estivesse celebrando a sua 1º Páscoa, Deus estaria afirmando Sua aliança com o povo. Uma aliança que jamais poderia ser quebrada, pois essa aliança partiu do próprio Deus, de Sua fidelidade, de Sua Palavra imutável, e não da vontade humana.

Essa aliança consistia em celebração da Páscoa para sempre, por parte dos judeus, relembrando a libertação da escravidão do Egito, e a promessa da parte de Deus de continuar a derramar as Suas bênçãos sobre o Seu povo.

Assim como a páscoa se tornou como estatuto para sempre para o povo de Deus, ao instituir a Ceia do Senhor, Jesus também a tornou como uma Nova Aliança que deveria ser observada e cumprida para sempre – 1º Coríntios 11.23-26

Paulo nos ensina que devemos celebrar a Ceia do Senhor sempre, pois ela traz à lembrança a nossa libertação da escravidão do pecado. E Paulo também nos ensina que ela deve ser celebrada até a volta de Jesus. Portanto, assim como Deus declarou aos judeus que a Páscoa deveria ser como um estatuto para sempre em suas vidas, a Ceia do Senhor, também é uma aliança perpétua de Deus conosco.

Quando o povo de Israel celebrava a Páscoa, quando ela era ensinada aos seus filhos, era passado de geração para geração o seu significado, isto é, o sangue do cordeiro imolado que foi derramado e passado nos umbrais da porta que serviu de libertação do povo da escravidão.

Hoje, quando celebramos a Ceia do Senhor também relembramos aquele momento em que o sangue precioso do Senhor Jesus Cristo foi derramado na cruz. Aquele sangue era a Nova Aliança que Deus estava realizando conosco, um novo pacto, um novo concerto. E nesse novo concerto, Deus traz a promessa de perdão de pecados, a promessa de vida eterna.

Que Rito é Este? É uma Nova Aliança, um novo pacto onde Deus nos concede, mediante o sangue de Jesus Cristo, uma nova vida, uma vida eterna com Ele na glória.


3) LEVA O POVO A ADORAÇÃO – Vs 27 – “O povo se inclinou e adorou” – Essa foi uma atitude que demonstrou que o povo, naquele momento ali, reconheceu o poder e o agir de Deus. O povo se inclinou diante do Senhor. Já haviam se passado 400 anos que estavam sofrendo horrores no Egito, sendo espezinhados, maltratados, sofrendo discriminação. Agora veio a libertação, agora podiam se felizes, seriam reconhecidos como seres humanos e, melhor ainda, tinha Deus ao seu lado. O povo se prostrou em adoração.

Eles estavam vivendo uma nova situação em suas vidas; para eles indicava o início de uma nova dispensação onde o poder de Deus e a Sua a graça se destacavam. Naquele dia, o povo de Israel tinha sido libertado. Naquele dia, começaram sua jornada para a conquista da Terra Prometida. Gratidão e devoção deveriam ser resultados por todas as gerações. Gratidão e devoção a Deus deveriam existir no coração de cada israelita e de toda a sua descendência por reconhecimento da ação misericordiosa e poderosa de Deus contra a escravidão no Egito e contra Faraó.

Esse mesmo sentimento devemos ter quando celebramos a Ceia do Senhor: Adoração.

O apostolo Paulo nos ensina que Jesus, “subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz”. (Fl 2.6-8) – Essa humilhação de Jesus, o deixar a Sua glória, assumir a nossa forma humana, levar sobre si no peso do madeiro todo o nosso pecado e morrer na mais infame morte, a morte de cruz, deve nos levar a nos inclinar diante dele em adoração eternamente. Não há amor maior do que este.

Que Rito é Este? É o sacrifício de Cristo que nos liberta de todo o pecado, é o motivo de nossa adoração, é o motivo de nosso reconhecimento do Seu grande amor para com os pecadores.

CONCLUSÃO - Ex 13.11-16 – “sinal na tua mão e por frontais entre os teus olhos” – Era algo que o povo jamais deveria se esquecer. Em todos os anos em que se comemoraria a saída do Egito, a Páscoa deveria ser celebrada, isto por todas as gerações. Então isso significa que jamais o povo de Israel deveria deixar de celebrar a Páscoa.

Mas não foi o que aconteceu. O povo tomou posse da Terra Prometida, se envolveu, se misturou com os moradores que restauram naquela terra, se prostituiu com o seus deuses e sempre estava distanciado de Deus. Com isso, por muitas gerações, a Páscoa foi esquecida. Somente quando Deus levantava um profeta ou um rei conforme o coração de Deus, é que o povo era trazido de volta ao cumprimento de seus deveres para com o Senhor e daí, celebravam Páscoa como relembrança das bênçãos de Deus.

Hoje também não é diferente. A Ceia do Senhor deve ser celebrada por todos os cristãos até à volta do Senhor Jesus Cristo. Mas, o povo tem se esquecido do quanto este rito é importante para a nossa alma, para a nossa comunhão com Deus. E, por motivos banais, ou por se misturar com o povo do mundo e viver numa prática pecaminosa, muitos se afastam desta celebração e, assim, perdem as bênçãos do Senhor em sua vida.

Que Rito é Este? É o rito da nossa vitoria, é o rito da nossa libertação da escravidão do pecado, do inferno, é o rito da nossa salvação, da vida eterna.

Amém!

domingo, 29 de maio de 2011

Uma Promessa de Família Abençoada - Deuteronômio 6.4-9

O livro de Deuteronômio foi o último escrito por Moisés. A mensagem principal deste livro é recapitular com o povo de Deus, que havia saído do Egito, todos os mandamentos de Deus para que eles não se esquecessem quando tomassem posse da terra prometida.
O povo de Deus já estava às portas da terra prometida. E a promessa de Deus é que ali, nessa nova terra, eles seriam extremamente abençoados – Vs 10,11 – para eles seria um novo projeto de vida, uma nova conquista, onde Deus prometia a Sua bênção.
Mas o que Moisés coloca aqui é que a bênção de Deus sobre o povo na nova terra, seria condicionada à obediência, aos cumprimentos dos estatutos e aos juízos de Deus – Vs 1-3
Nos dias de hoje encontramos muitas pessoas correndo atrás das bênçãos do Senhor, desejosos e esperançosos de receber de Deus as Suas bênçãos, mas não procuram viver uma vida que agrada o coração de Deus.
Não podemos desfrutar das bênçãos do Senhor se não estivermos vivendo segundo a Sua vontade, segundo o Seu querer.
Neste texto, Moisés mostra que o povo seria abençoado quando tomassem posse da terra prometida, porém, para que as bênçãos de Deus os alcançassem, deveriam tomar algumas atitudes.
1) AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS – Vs 4,5 – Aqui Moisés dá uma introdução ao maior de todos os mandamentos: o amor a Deus. E, nestas palavras, ele descarta totalmente a existência de qualquer outro Deus e ainda enfatiza a idéia de exclusividade e soberania de Deus quando ele diz: “Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor”.
Amar o Senhor de todo o coração, de toda a alma e de toda a força é o resumo de todos os ensinamentos, de todos os mandamentos do Senhor, e é a base de nosso relacionamento com Deus. Não há como servir a Deus se nosso amor para com Ele não for o principal, se o nosso amor para com Ele não for o mais forte dentro de nós.
O ser humano não pode amar a Deus conforme ama a outro ser humano ou a qualquer outra coisa, porque o amor a Deus envolve santo temor e reverência – Vs 13 – O amor a Deus se exprime por meio de uma lealdade a Ele e de onde se deriva um serviço obediente realizado de todo o coração. O amor a Deus, desacompanhado da obediência, não é amor.
A maneira que demonstramos amor a Deus é servindo-O com toda obediência. Por isso Moisés enfatiza a obediência aos mandamentos e estatutos do Senhor quando o povo tomasse posse da terra prometida.
Se queremos viver debaixo das bênçãos do Senhor, se queremos que nossa família seja abençoada, se queremos ter filhos abençoados, se queremos ser maridos, esposas abençoados, em fim, se queremos que nosso lar seja visitado sempre pela graça abençoadora do Senhor, devemos amá-lo com todo o nosso coração.
Jesus confirmou essa mensagem de Moisés ao povo de Israel quando lhe foi perguntado qual era o maior de todos os mandamentos; ele respondeu: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento”.
Meu amado, se você tem amado mais o mundo do que a Deus, você não tem amado a Deus de todo o teu coração. Se qualquer outra coisa tem ocupado o espaço em eu coração, você não tem amado a Deus como a Bíblia nos ensina – Vs 3,4
2) TER A PALAVRA DO SENHOR NO CORAÇÃO – Vs 6 – Quais são as palavras que Moisés estava ordenando ao povo de Israel? Toda a legislação, todas as leis e mandamentos ensinados pelo próprio Deus. Todos os ensinamentos de Deus deveriam estar no coração de cada um.
A lei cai por terra quando não é acolhida no coração. Deus não queria uma obediência forçada, mas Deus queria uma obediência baseada no amor, por isso a lei deveria estar no coração.
É do coração que emanam as intenções, as resoluções e a força para cumprir a lei. No verso 5 encontramos três palavras: coração, alma e força. E agora no verso 6 Moisés resume tudo com a palavra coração. Isso significa que a obediência espiritual é uma questão do coração, e não apenas da mente.
Em Deuteronômio 11.18 Moisés repete o seu conselho ao povo quando diz: “Ponde, pois, estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma; atai-as por sinal na vossa mão, para que estejam por frontal entre os olhos”.
O salmista quando medita no valor da lei do Senhor também expressa a sua preocupação em ter a Palavra do Senhor no coração quando ele diz: “Guardo no coração a tua Palavra para não pecar contra ti” (Sl 119.11).
Deus não quer uma obediência cega, Deus quer uma obediência como fruto do coração; uma obediência como resultado de um coração que esteja disposto a obedecer por amor, não por medo ou temor, obediência não como meio de alcançar algum benefício, mas obediência em amor, coração obediente aos Seus mandamentos.
Hoje dentro do lar encontramos muitas formas de obediência a muitas coisas (obediência à TV, computador, à internet), mas a Palavra de Deus tem sido esquecida, a Palavra de Deus tem sido negligenciada, a Palavra de Deus tem sido trocada por outros ensinamentos, outras preocupações.
E como conseqüência disso encontramos lares desajustados: os membros da família não se entendem mais, a desordem, e desobediência e a desunião e a indecência tomaram conta do lar. O egocentrismo tomou conta: é cada um pra si, e Deus pra ninguém. E, como isso tem aumentado, o número de adolescentes e jovens desajustados na escola e na sociedade, a criminalidade e as drogas têm aumentado assustadoramente no seio da família, sem falar da liberação sexual que tem invadido os lares: hoje sexo antes do casamento é algo essencial!!!???
Em fim, não precisamos ficar aqui relatando todo o mal no qual nosso mundo, nossa sociedade está vivendo, é só assistir a um jornal da TV que você fica sabendo de tudo.
Mas, e a Palavra de Deus? Aquela palavra que traz todas as orientações necessárias para que sejamos abençoados e felizes com o Senhor? Esta tem ficado esquecida – Vs 6: “Essas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração”.
3) ENSINAR A SEUS FILHOS A AMAR A DEUS – Vs 7-9 – O que me chama muito a atenção aqui em primeira mão é a responsabilidade que os pais tem de ensinar aos seus filhos a palavra do Senhor. Isso é uma responsabilidade dos pais, não dos professores, não do pastor, de mais ninguém a não ser dos pais. Os pais são os responsáveis espirituais de seus filhos.
Mas o que Moisés coloca aqui é inculcar, que significa: “Fazer-se aceitar; impor-se”. Na realidade, nós impomos aos nossos filhos muita coisa, pois queremos que eles sejam bem educados, estudiosos, inteligentes, os melhores em tudo, mas falhamos quando deixamos de inculcar neles a Palavra de Deus. Escolhemos o melhor colégio, as melhores roupas, mas não os preparamos para eternidade e nem os preparamos para amarem ao Senhor de todo o coração.
Tendo a Palavra de Deus no coração, de nossa boca só sairá ensinamentos da Palavra de Deus. Por isso que Moisés diz que devemos inculcar a Palavra de Deus a nossos filhos falando dela assentados em casa; falando dela andando pelo caminho; falando dela ao nos deitarmos; falando dela ao nos levantarmos; termos a Palavra de Deus em nossa vida diária, como sinal em nossa mão, como frontal aos nossos olhos, escrita nos umbrais de nossa casa, nas portas de nossa casa; isto é, se vivermos cada dia o dia todo com a Palavra de Deus, nós a inculcaremos na mente de nossos filhos.
Na Igreja em que fui pastor em Nova Iguaçu tinha na frente três árvores plantadas, e todas elas tinham o seu tronco torcido. Um dia um presbítero de nome Manoel me disse que tinha sido ele quem havia torcido aqueles troncos desde quando ele as plantou naquele lugar. É de pequeno que se torce a árvore.
Salomão nos ensina em seus provérbios que devemos “ensinar a criança no caminho em que ela deve andar e, quando for velho, não se desviará dele” – neste texto há uma promessa: se houver um ensinamento perfeito da vontade de Deus no coração da criança, ela vai crescer e não se desviará do que lhe foi ensinado.
Não podemos negligenciar uma responsabilidade tão grande como esta. Nós pais, estamos formando cidadãos, portanto, formemos cidadãos segundo coração de Deus. Você quer ver seu filho na eternidade junto com você? Ensine-o a guardar a Palavra de Deus.
CONCLUSÃO: Vs 24,25