quinta-feira, 29 de setembro de 2011

NOS BRAÇOS DO PAI - Lucas 15.11-24

Essa é uma das parábolas mais conhecidas do Senhor Jesus Cristo. Parábola é uma história de algo que já aconteceu, estava acontecendo ou pode acontecer em qualquer lugar e a qualquer momento, que era contada por Jesus para ilustrar uma situação espiritual.
Nesta parábola do Filho Pródigo, Jesus vem mostrar o que acontece quando nos distanciamos da casa do Pai e de Sua presença – Vs 11,12
Esse filho mais moço, não valorizava mais a companhia do Pai e nem o “conforto” que essa companhia lhe proporcionava; daí ele pediu ao pai que lhe desse a parte que lhe cabia da herança. Em Provérbios 20.21 diz: “A posse antecipada de uma herança no fim não será abençoada”.
E foi exatamente o que aconteceu – Vs 13,14
O fim daquela herança não foi abençoado. Esse filho mais moço, não temos o seu nome aqui, mas poderia ser qualquer um de nós, passou a viver os piores dias de sua vida. Começou a passar necessidade de coisas que ele nunca havia passado no conforto da casa do pai.

Essa necessidade começou a gerar dentro dele uma insatisfação, angústia, depressão, fome não só de alimento, mas, principalmente, fome de carinho, de ternura, de afeto, coisas que ele havia deixado para trás, coisas que ele só recebia estando na casa do pai.
Mas agora ele se sentia só. Nenhuma amizade, nenhuma companhia, se sentia desamparado, perdido, solitário. Ele sentia falta da companhia do pai, do carinho, sentia falta do abraço do pai – Vs 15-20a
Vinha ele ainda longe de sua casa, porém, o pai o aguardava ansiosamente, o pai o esperava ansiosamente a sua chegada; e diz o texto que o pai o avistou e, compadecido dele, pois devia estar maltrapilho, sujo, cheirando mal, machucado, sedento, em fim, não só estava com a aparência ruim, mas também com sua alma machucada e humilhada. Diz o texto que o pai, compadecido dele, correu em sua direção e o abraçou e o beijou.
Naquele instante ali, depois de muito tempo, ele estava nos braços do pai. Parecia que o mundo ao seu redor havia parado e que só importava naquele momento: o abraço do pai.
Queridos, quantas vezes não nos sentimos assim, desejosos de sermos abraçados, acariciados, apertados junto ao peito para que isso venha acalentar a nossa dor?
O que acontece quando estamos nos braços do Pai?
1) ENCONTRAMOS PERDÃO – Vs 21 – Aquele filho estava sofrendo as conseqüências de seu pecado; estava no fundo do posso, se sentia perdido; nem se sentia como filho, mas desejava ser, pelo menos, um empregado de seu pai. No entanto, nos braços do pai ele declarou: “Pai, pequei contra o céu, diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho”.
E é nos braços do pai que ele encontrou perdão. Ele não encontrou um pai irado, magoado, vingativo, mas encontrou um pai gracioso, amoroso, um pai que o abraçou e o beijou; ele encontrou perdão.
Quando Davi escreveu o Salmo 32, tenho a impressão que ele se sentia nos braços do Pai. Ele havia pecado contra Deus; com seu pecado ele destruiu uma família: matou o marido e se apossou da esposa. Sua alma estava como a alma do Filho Pródigo, angustiada, solitária, aflita, porém, ele encontrou nos braços do Pai, um alívio para o seu coração, quando ele mesmo disse: “confessei-te o meu pecado e a minha iniqüidade não mais ocultei. Disse: confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a iniquidade do meu pecado. Sendo assim, todo homem piedoso te fará súplicas em tempo de poder encontrar-te. Com efeito, quando transbordarem muitas águas, não o atingirão. Tu és o meu esconderijo; tu me preservas da tribulação e me cercas de alegres cantos de livramento” Vs 5-7
Aquele filho mais moço da parábola de Jesus, ao retornar para casa envergonhado, acabado, destruído, ele recebeu o abraço do pai; e, nesse abraço, ele encontrou o perdão.
Nos braços do Pai ele o ouviu dizendo: filho, dos teus pecados já não me lembro mais.
O Pai tem prazer em perdoar. O sangue de Jesus foi derramado para que todos os nossos pecados fossem perdoados. Ser abraçado pelo Senhor significa ser acalentado de todas as nossas angústias causadas pelo pecado. Nos braços do Pai, nós encontramos o perdão.
2) ENCONTRAMOS SUPRIMENTO – Diz a Parábola de Jesus que aquele moço começou a passar necessidade ao ponto de se agregar a um dos cidadãos daquela terra que tinha uma criação de porcos. E ele foi cuidar dos porcos. Porém, a fome lhe era tanta, que ele desejava comer da ração que os porcos comiam, porém, nem isso lhe era concedido.
Aquele moço havia chegado ao fundo do poço; chegado a uma degradação moral, física e espiritual que ele nunca tinha sentido, pois vivia no “conforto” da companhia do Pai, tendo todas as suas necessidades supridas e agora estava jogado num canto cercado por porcos.
Além do alimento para o seu corpo, ele sentia necessidade de alimentar o seu coração com paz, sentia necessidade de atenção, de se sentir amado. Num momento de reflexão de como estava a sua vida, ele caiu em si e lhe voltou a razão e disse consigo mesmo: “quantos trabalhadores de meu pai tem pão com fartura e eu aqui morro de fome! Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai...”.
O pai o esperava, ansiosamente. Quando o avistou, compadecido dele, correu e o abraçou, correu e o colocou entre os seus braços, correu e supriu todas as necessidades de seu filho – Vs 22,23
Jesus disse à mulher que estava tirando água no posso em Samaria: “quem beber desta água tornará a ter sede; aquele, porem, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna” Jo 4.13,14
Aquela mulher no posso de Samaria era uma prostituta, uma mulher pecadora, excluída da sociedade, no entanto, Jesus amou aquela mulher e a abraçou, e, neste abraço, Jesus lhe saciou todas as necessidades de sua alma. Assim como o pai fez com o filho mais moço que estava retornando ao lar em busca do abraço do pai.
O pai saciou todas as necessidades que aquele filho estava passando. Nos braços do Pai encontramos o suprimento de todas as nossas necessidades.
3) ENCONTRAMOS RESTAURAÇÃO – Podemos imaginar, pelo menos fisicamente, a forma em que aquele filho chegou diante de seu pai: maltrapilho, sujo, rasgado, mal cheiroso, descalço, cabelos grandes, barba por fazer, em fim, um verdadeiro morador de rua.
No seu intento de buscar a casa do pai, ele desejava um emprego. Lá no meio dos porcos, quando ele caiu em si, ele se lembrou que muitos trabalhadores de seu pai tinham uma vida digna e que ele estava vivendo na miséria. Então ele planejou chegar diante do pai e lhe dizer: “... já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus trabalhadores”. Trata-me com um de seus empregados, mas, como filho, eu não sou mais digno.
Porem, ao ser recebido nos braços do pai, tudo mudou. Deus não abraça servos, escravos, empregados, Deus abraça filhos – Vs 22,24
Quando lhe é posto a melhor roupa, o pai estava lhe restaurando a dignidade. Quando lhe é posto um anel no dedo, o pai lhe estava restaurando a filiação. Quando lhe é posto as sandálias nos pés, o pai lhe estava restaurando a sua caminhada, a sua vida. Em fim, nos braços do pai, tudo que se tinha perdido, estava sendo restaurado. Ele não estava sendo recebido com empregado, mas sendo restaurado na sua posição de filho.
Em 1º João 3.1,2 diz: “Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus... Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando Ele se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque haveremos de vê-lo como Ele é”.
Nos braços do Pai ele encontrou novamente a sua vida perdida no tempo.
CONCLUSÃO – Vs 24 – “E começaram a regozijar-se”. Quando estamos longe dos braços do Senhor, nossa alma fica aflita, angustiada, desassossegada, inquieta, amargurada, perdida, desconsolada, em fim, um desastre total. Porem, quando estamos nos braços do Pai, nossa alma recebe a paz do perdão, o suprimento de tudo o que ela precisa para viver bem e feliz, e é restaurada de todos os males por onde andou.
Deixa o pai te abraçar.

Amém!

domingo, 18 de setembro de 2011

A RESPOSTA DE DEUS - 2ª Coríntios 12.7-10

Chegamos no final de mais uma campanha de Quatro Dias de Propósitos. Talvez alguém esteja pensando assim: “Será que Deus responde a minha Oração?”.

Em Apocalipse 8 João viu um “anjo que ficou de pé junto ao altar do Cordeiro com um incensário de ouro na mão, e foi-lhe dado muito incenso para oferecê-lo com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro que se acha diante do trono, e da mão do anjo subiu à presença de Deus a fumaça do incenso, com as orações dos santos. E o anjo tomou o incensário, encheu-o do fogo do altar e o atirou à terra. E houve trovões, vozes, relâmpagos e terremotos” Vs 3,4

No capítulo 12 desta 2º carta aos Coríntios, Paulo trata de uma das maiores experiências que ele teve com Deus. Ele conta que foi arrebatado até ao céu, até ao paraíso e ouviu palavras inefáveis, palavras que não se podem expressar e que aos homens não eram lícitas referir.


Porém, logo após o relato desta experiência única, ele fala nos versos de 7-10, de outra experiência: uma oração que Deus lhe responde, mas com uma resposta de uma maneira bem diferente ou convencional.

Ele fala de um espinho na carne, que ele declarou ser um mensageiro de satanás, que lhe foi colocado com o propósito de esbofeteá-lo, humilhá-lo, de lhe mostrar a sua situação original, que é de pecador, diante das revelações que Deus lhe havia dado.

Não conseguimos entender bem o que significa esse “espinho” (há alguns dias atrás falei aqui neste texto sobre o tema A Escola da Dor e comentamos que a palavra “espinho”, no grego, é a palavra “skolops”, que pode significar uma “farpa”, “ferrão” ou um próprio “espinho”).

Era esse o sentido que Paulo dava àquilo que o afligia. Não há nenhuma importância que tipo de “espinho” era de fato, o importante aqui é saber que era algo suficientemente desagradável do qual Paulo queria ser liberto, algo que o feria profundamente.

Por três vezes Paulo orou ao Senhor para ficar livre desta aflição. Certamente encontramos nestas orações de Paulo muito zelo e fervor. Porém, diante destas orações, encontramos também uma resposta de Deus que nos traz um grande ensinamento:
1) NEM SEMPRE É COMO QUEREMOS – “A minha graça te basta” – Se a nossa oração não estiver de acordo com a vontade de Deus para a nossa vida, ela é respondida negativamente. Foi o caso aqui de Paulo.

Deus não deu a Paulo uma resposta conforme o seu pedido, mas Deus lhe respondeu segundo a Sua vontade.

Irmãos, sem sombra de dúvida, receber um “não” do Senhor como resposta às nossas orações é a melhor resposta que podemos receber, porque muitas vezes, não sabemos o que realmente estamos pedindo. Nossa visão é pequena, limitada, e por muitas vezes, nossa vontade não é a vontade de Deus.

Paulo via, nas orações, um meio de modificar as coisas; e, de fato, a oração tem esse efeito.

Porém, para aquele que não está desejando que Deus lhe faça a própria vontade, mas a vontade soberana do Senhor em sua vida, esse que busca Deus, ele ora colocando sua vontade particular em harmonia com a vontade de Deus, e, por si mesmas, suas orações são uma forma de submissão à vontade do Senhor.


A resposta de Deus às nossas orações nem sempre é como queremos. Orações que venham prejudicar nossa relação com Deus, ou, prejudicar os planos de Deus para nossa vida, são perigosas. Paulo nos ensina isso, pois a primeira grande regra da oração é não pedir algo contrário à vontade de Deus.

A oração insistente de Paulo não era para escapar da vontade de Deus, mas para conhecê-la e praticá-la

A resposta que ele obteve não foi exatamente a resposta que queria. Desejava livramento de sua aflição. Não há que duvidar que Paulo argumentou com o Senhor de que poderia servi-lo melhor se seu corpo fosse libertado daquela aflição, mas o Senhor Jesus lhe respondeu negativamente.

Quando oramos, precisamos estar prontos entender as respostas de Deus para a nossa vida – Jó 23.3-5

Por três vezes Paulo orou ao Senhor, mas a resposta não foi dada de acordo com o que ele queria.

Calvino: “A razão pela qual, algumas vezes, misericordiosamente Deus se recusa a atender à nossa oração é que Ele sabe de antemão, o que é melhor para nós, mais do que nosso próprio entendimento é capaz de aprender.”

Outra coisa que o Senhor Jesus ensina a Paulo aqui é:

2) SEMPRE A RESPOSTA, MESMO SENDO “NÃO”, É MAIOR DO QUE PEDIMOS – “A Minha graça te basta” – Paulo não recebeu o que tinha pedido ao Senhor, mas recebeu algo muito maior do que o livramento físico, recebeu o livramento espiritual: “A Minha graça te basta” – a graça de Deus estava sobre ele, a graça de Deus permaneceria sobre ele e isso era o suficiente.

Deus mostra a Paulo que as suas aflições não seriam empecilho.

A resposta às suas orações lhe foi assegurada, porque o mais importante é saber que Deus fornece os meios para enfrentarmos as aflições e esse meio é a Sua graça que está em nós, a Sua graça que nos é suficiente.

Era o suficiente para Paulo, ele teria que entender isso. Deus estava lhe respondendo de forma negativa, porém, esse “não” de Deus, era um “sim” para a presença, para a misericórdia, para o cuidado e a proteção de Deus – isso é Sua graça.

O pedido de Paulo lhe foi negado, no entanto, ele recebeu a melhor resposta do que poderia ter imaginado. Paulo dependia, na sua vida e em seu ministério, ele dependia da graça de Deus; é ele mesmo quem declara, “nossa suficiência vem de Deus”.
1º Coríntios 15.9,10
Outra coisa que o Senhor Jesus ensina a Paulo aqui é:

3) É O APERFEIÇOAMENTO DO PODER DE DEUS EM NOSSA VIDA – Paulo foi um instrumento especial do poder de Deus; foi o maior missionário de todos os tempos; o homem que Deus usou para levantar a Sua Igreja no meio dos gentios.

O próprio fato de que ele pode triunfar, a despeito de suas muitas fraquezas, foi uma glória para o poder de Cristo, ele não se tornou grande por sua própria força, mas pelo poder de Deus que se aperfeiçoava em suas fraquezas – “Porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza” – Vs 10

Nessa tribulação, nesse “espinho na carne”, Paulo recebeu poder suficiente para tolerar o sofrimento e a tensão. O poder de Deus não pode ajudar e nem mesmo usar o homem auto-suficiente; Mas o poder de Deus “se aperfeiçoa na fraqueza”. Por isso é que Paulo dizia que ou invés de continuar pedindo o livramento da aflição, ele se gloriaria nas fraquezas, a fim de que o poder de Cristo pudesse repousar mais sobre ele.

Paulo recebeu a resposta à sua oração. Não uma resposta de acordo com sua vontade, mas ele teve uma vitória com Deus em sua oração.

Essa vitória é de natureza espiritual.
A vitória espiritual não depende das condições do corpo e sim das condições da alma e do trabalho que Deus tem feito em nós.

Paulo não encontrou apenas consolo nas palavras de Cristo, mas também encontrou deleite em sua consciência de fraqueza, como ele mesmo diz: “e, por isso, estou sofrendo estas coisas; todavia, não me envergonho, porque sei em quem tenho crido e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele Dia” 2º Tm 1.12

CONCLUSÃO: Com base nesta oração de Paulo que lhe trouxe uma grande experiência com Deus, aprendemos que uma resposta negativa da parte de Deus não é uma recusa caprichosa, e que não resulta em qualquer benefício, como um “não” que damos às crianças de vez em quando.

Os homens podem dar respostas negativas a seus semelhantes, ou até mesmo a seus filhos, por motivo de algum capricho, sem qualquer base na razão ou no raciocínio. Mas Deus não é frívolo como o homem. Um “não”, quando vem da parte de Deus, sempre tem algum propósito definido e eficaz.

Não sei qual tem sido o seu clamor diante de Deus. Posso também não saber qual é o “espinho” pelo qual você tem clamado a Deus.

Mas sei que Deus tem ouvido o seu clamor, Deus tem visto as suas lágrimas e sei que Deus tem conhecido a sua dor.

Olhe para o que Deus respondeu a Paulo: “A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa em sua fraqueza”.

Comece a ver e sentir os seus espinhos dentro da graça de Deus para a sua vida.

Se suas orações não tem tido a resposta que você tanto deseja e espera, olhe para a graça de Deus agindo em você. Essa graça é melhor do que qualquer outra coisa, pois essa graça nos garante a presença, o cuidado, o amor, a proteção de Deus sobre nós.


Amém !

Obs.: Sermão pregado no último dia de Propósito na IPB Luz do Vale em Camboriú, SC

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

ANA- O ENCONTRO COM A VONTADE DE DEUS - 1º Samuel 1.1-20

Meu relacionamento com Deus se baseia na minha obediência.

A Bíblia se refere a Deus como o nosso Pai, nosso provedor, nosso Redentor. Se cremos em tudo isso e cremos também que Ele nos ama e nos trata como Seus filhos, como podemos acreditar que Ele possa esconder de nós a Sua vontade?

O que é a vontade de Deus? Muitos cristãos falam sobre a vontade de Deus como se fosse o velho truque das tampinhas no tabuleiro. Deus não é mágico. A Bíblia nos ensina que Deus enviou Seu Filho como propiciação pelos nossos pecados e faria sentido achar que agora Ele não revela a vontade dEle em nossas vidas?

Creio que a vontade de Deus sempre foi e é revelada a nós, porém, muitas vezes não a conhecemos, porque nosso relacionamento com Ele se baseia em nossa obediência, isto é, não temos sido obedientes ao ponto de enxergarmos a sua vontade.

Ana era serva do Senhor, conhecia o Senhor, podemos até dizer que tinha intimidade com Deus. (falar de sua história – Vs 1-8)

Há um detalhe muito importante na história de Ana: Era o Senhor que lhe havia deixado estéril – Vs 5,6

Quando enfrentamos qualquer situação em nossa vida, temos que entender que servimos ao Senhor que controla tudo. Aprouve a Deus que Ana fosse estéril – a vontade de Deus deveria ser revelada na vida de Ana para que o nome de Deus fosse glorificado. Você já pensou nisso?

Ana viveu dentro da vontade do Senhor. Quando não suportava mais aquela situação, que é descrita no verso 7, Ana buscou o Senhor para conhecer a Sua vontade.

Algumas lições nós aprendemos aqui, acerca de buscar a vontade de Deus para a nossa vida:

1) TRANSPARÊNCIA COM O SENHOR – Vs 10,15 – Ana se coloca diante do Senhor em oração. Ela está triste, amargurada, precisando encontrar resposta para a sua vida. Ela era serva do Senhor, confiava nele... Qual é a vontade de Deus? envergonhá-la diante do inimigo? humilhá-la? Diminuí-la? NÃO. Paulo afirma que “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus”, portanto, tudo em nós é vontade de Deus.

Ana se coloca diante de Deus sem máscaras, sem usar qualquer artifício, mas ela busca Deus com sinceridade.
O texto diz que ela chorava, sua alma estava amargurada e é assim que ela se apresentou diante de Deus para conhecer a Sua vontade.

Ana não teve medo do ridículo e nem de se expor. Não se preocupou com o que Elcana ia dizer, não se preocupou com as piadinhas que sua rival poderia fazer, nem com o que o sacerdote poderia pensar, simplesmente ela se derramou diante do Senhor – Vs 15

Joel 2.13 – “Rasgai o vosso coração”

Mateus 26.36-39 – Jesus no Getsêmani

Segunda lição que aprendemos aqui, sobre buscar a vontade de Deus para a nossa vida:

2) PERSISTÊNCIA NA ORAÇÃO – Vs 12,13,16 – Não temos o tempo exato gasto por Ana em sua oração, mas foi um tempo significativo porque chamou a atenção do sacerdote. Não só o tempo mas também a forma, a maneira em que ela orava: “Ana só no coração falava”.

Isso vem confirmar as palavras de Jesus em Mateus 6.7,8. Jesus não condenou o tempo da oração, mas as repetições vãs, sem sentido, vazias de espiritualidade. Pelo contrário, Jesus nos ensinou a persistir na oração – Lc 11.5-10.

Podemos orar a Deus com fervorosa persistência sabendo que Ele atenderá as nossas orações. Porém Deus sabe o que é melhor para nós, de uma maneira que nós não sabemos, e Ele, por isso, pode recusar em nos responder de imediato. Dizer “seja feita a Sua vontade”, submetendo nossas preferências à sabedoria do Pai, como Jesus fez no Getsêmani, é um modo explícito de expressar fé na bondade daquilo que Deus tem planejado.

Terceira lição que aprendemos aqui, sobre buscar a vontade de Deus para a nossa vida:

3) HUMILDADE NA ALMA – Vs 11,15 – Ana quando se aproxima do Senhor, se aproxima de coração quebrantado, com sua alma humilhada diante dEle. Humildade é sinônimo de necessidade, carência, de dependência, e, naquele momento, o Espírito Santo tem oportunidade de sondar o coração da serva que se coloca diante do Pai e descobrir dentro dele uma dependência de alma.

Vs 11 – “...Se benignamente atentares... e de mim te lembrares... e da tua serva não te esqueceres...” Não encontramos Ana murmurando pelos cantos ou blasfemando contra Deus ou revoltada por causa da sua sorte, mas encontramos alguém humilhada perante o Seu Senhor derramando sua alma diante do Pai para descobrir a Sua vontade – Vs 15.

Há algo de maravilho no voto de Ana – Vs 11 – Ela queria um filho, mas Ele seria do Senhor. Ela queria um filho, mas não era para exibi-lo diante de sua rival e nem para satisfazer seu próprio ego, ela queria um filho, mas o daria para o Senhor. Isso é sinônimo de humildade.

CONCLUSÃO – Vs 17-20 – Meu relacionamento com Deus se baseia na minha obediência. Ana conheceu a vontade de Deus para a sua vida através da sua transparência de vida com Deus, sua persistência na oração e sua vida de humildade com Deus.


Amém !