quinta-feira, 9 de junho de 2011

ESTOU EM GRANDE OBRA - Neemias 6.1-14

“Quando Deus põe um sonho em teu coração, você o segura, acalenta em suas mãos, mesmo sendo invisível, algo impossível, foi Deus quem te fez sonhar”.
Foi isso que aconteceu com Neemias. Neemias era judeu e viveu durante o período em que Judá era uma província do Império Persa. Ele havia sido designado copeiro do rei Artaxerxes. Através de seu irmão Hanani, Neemias ouviu sobre a condição lamentável em que se encontrava Jerusalém e encheu-se de tristeza – Ne 1.4-10
Ao receber essas notícias da destruição de Jerusalém, dos moradores que ali ficaram e não foram levados para a Babilônia, mas se encontravam em grande miséria e desprezo, os muros de Jerusalém destruídos e suas portas queimadas, diante de todas essas notícias, Deus põe um sonho no coração de Neemias.
Ao perceber a tristeza estampada na fisionomia de seu copeiro, o rei Artaxerxes lhe perguntou o motivo e Neemias explicou e colocou o sonho que Deus lhe havia colocado em seu coração – 2.5: “... Se é do agrado do rei, e se o teu servo acha mercê em tua presença, peço-te que me envies a Judá, à cidade dos sepulcros de meus pais, para que eu a reedifiques”.
Um sonho de Deus colocado no coração de seu servo. Um projeto de Deus sendo recebido pelo coração sonhador de Neemias: se ausentar do palácio real onde era apenas um copeiro, para reedificar a cidade de Jerusalém que havia sido destruída anos atrás pelo rei da Babilônia.
Era um sonho de Deus, e “quando Deus põe um sonho no seu coração eu sei que Ele mesmo te ajudará, pois dEle é o querer e o realizar, foi Deus quem te fez sonhar”. Ao se reunir com os magistrados em Jerusalém, diz em 2.18: “Lhes declarei como a boa mão do meu Deus estivera comigo e também as palavras que o rei me falara. Então, disseram: Disponhamo-nos e edifiquemos. E fortaleceram as mãos para a boa obra”.
Começaram, então, a reedificação dos muros de Jerusalém. Neemias conseguiu compartilhar e contaminar quase todos os moradores de Jerusalém com o sonho que Deus lhe havia colocado em seu coração.
Mas sempre existem aqueles que, alem de não acreditarem nos sonhos que Deus põe em nosso coração, ainda se deixam ser usados pelo diabo para tentar destruir um propósito de Deus em nossa vida.
Se levantaram contra Neemias alguns homens dispostos a conspirarem contra ele para intimidá-lo, para destruí-lo, e, consequentemente, destruir o sonho de Deus – Ne 6.1-3
A resposta que Neemias lhes dá demonstra o propósito que ele havia feito com Deus. Deus havia colocado em seu coração um sonho; Deus havia dado todas as condições para que esse sonho se tornasse realidade (a boa mão do Senhor estava com ele). Neemias havia feito deste sonho um propósito em sua vida, agora ele não podia desistir, ele não podia negligenciar, ele não podia cochilar neste propósito, não podia abrir mão de cumpri-lo, por isso ele responde aos seus inimigos: “... Estou fazendo grande obra, de modo que não poderei descer; por que cessaria a obra, enquanto eu a deixasse e fosse ter convosco?” – Vs 3
Quantas vezes recebemos sonhos de Deus em nosso coração, mas, por falta de compromisso, por falta de transformar esses sonhos em propósitos, deixamos de cumpri-los!
Neemias nos traz uma grande lição neste capítulo: “Estou fazendo grande obra, de modo que não poderei descer”. Ele não abriu mão do sonho que Deus lhe havia colocado em seu coração; ele não abriu mão de cumprir o propósito de Deus para a sua vida, ele não cedeu às artimanhas dos inimigos, mas manteve firme o seu compromisso, o seu propósito diante de Deus.
O que podemos aprender aqui?

1) RESPONSABILIDADE NO PROPÓSITO – Vs 4 – Havia uma insistência por parte dos inimigos para que ele deixasse a obra e fosse ter com eles. Havia uma insistência para que ele deixasse o seu compromisso, mesmo que fosse por um instante apenas, e fosse conversar com seus inimigos. Por quatro vezes aqueles homens tentaram desviar Neemias de seu propósito, mas em todas as quatro vezes, receberam a mesma resposta: “Estou fazendo grande obra, de modo que não poderei descer”.
Neemias estava engajado numa grande responsabilidade que Deus havia colocado em seu coração. Ele tinha recebido de Deus um sonho, ele tinha recebido de Deus um propósito para sua vida. Deus o havia engrandecido, pois de copeiro do rei, ele agora estava governando Jerusalém; já havia restaurado o muro, só faltavam as portas, e isso em tempo record. Ele não tinha tempo para gastar com aqueles que não têm os sonhos de Deus. Ele tinha uma responsabilidade no propósito que Deus lhe havia dado, ou no propósito que ele havia colocado em seu coração para cumprir diante de Deus. Ele não podia olhar para outras coisas, ele tinha responsabilidade com aquilo que Deus queria para a sua vida: “Estou fazendo grande obra, de modo que não poderei descer”.
Responsabilidade com Deus e responsabilidade diante de Deus. Não basta apenas fazer ou ter um propósito, é preciso ter responsabilidade em cumpri-lo.
Onde está o seu coração? O coração de Neemias estava em cumprir o sonho de Deus. Nada iria atrasá-lo, ou mesmo, impedi-lo. O sonho de Deus havia se tornado o propósito da vida de Neemias. E o seu? E o sonho de Deus para você? Você o tem transformado num propósito para a sua vida e o tem visto com responsabilidade?

2) VISÃO DE DEUS NO PROPÓSITO – Vs 5-9 – “Agora pois, ó Deus, fortalece as minhas mãos” – O que me impressiona aqui é a maneira como Neemias reagiu diante do falso testemunho que os inimigos inventaram. Inventaram que ele estava edificando os muros porque ele queria ser o rei dos judeus; que ele tinha até colocado profetas em Jerusalém para o proclamarem como rei. Mas a firmeza com a qual Neemias responde é que me surpreende: Numa tradução diferente ele diz assim: Vs 8,9: “Eu lhe mandei esta resposta: Nada disso que você diz está acontecendo; é pura invenção da sua cabeça. Estavam todos tentando nos intimidar, pensando: Eles serão enfraquecidos e não concluirão a obra. Eu, porém, orei: Agora, fortalece as minhas mãos!” (NVI). Neemias tinha plena convicção de que a obra que ele estava realizando era um sonho de Deus e que os sonhos de Deus ninguem pode destruir. Neemias tinha visão de Deus em seu propósito.
Ao orar Neemias demonstra que sua obra não era fruto de um projeto seu e nem simplesmente um desejo humano de se aparecer ou se tornar um herói para os judeus, muito menos de se tornar seu rei. Ao orar Neemias vai mostrar que seus sonhos eram para Deus, para glorificar o nome de Deus, para engrandecer o Deus de Israel e não a si mesmo.
Ele pede forças ao Senhor para continuar a cumprir o seu propósito porque ele sabia que Deus estava naquilo tudo; fora Deus quem o havia feito sonhar e era Deus quem o estava fortalecendo naqueles dias para que a obra fosse cumprida.
O propósito de Neemias era para glorificar o nome de Deus, nada para si mesmo ou para o seu próprio ego. Ele tinha a visão de Deus em seu propósito. Para quem você está fazendo o seu propósito? Para Deus ou para si mesmo? O sonho que você tem no coração foi colocado por Deus ou apenas para satisfazer um desejo seu?
Neemias nos ensina que devemos sonhar sim, e muito, mas sonhos que venham do próprio Deus para a nossa vida, sonhos que glorifiquem a Deus, que promovam a Sua glória.

3) TEMOR DE DEUS NO PROPÓSITO – Vs 10-13 – Neemias foi à casa de Semaías, um profeta. Certamente era alguém da confiança de Neemias, senão ele não teria ido e se trancado em casa com um desconhecido, sabendo que queriam matá-lo. Porém, Semaías havia sido comprado pelos inimigos de Neemias para traí-lo e atraí-lo até ao templo para que ali ele fosse morto. Porém, o temor que Neemias tinha do Senhor, mais uma vez o livrou das mãos de seus inimigos: “... Quem há, como eu, que entre no templo para que viva? De maneira nenhuma entrarei. Então percebi que não era Deus quem o enviara; tal profeta falou ele contra mim, porque Tobias e Sambalate o subornaram” Vs 11. Resposta firme.
É interessante notarmos que, sendo um leigo, apenas um copeiro do rei que havia se colocado à disposição de Deus para cumprir os seus sonhos, não sendo sacerdote, não sendo levita, não podia entrar no templo: “... Quem há, como eu, que entre no templo para que viva?” ele poderia ter imaginado que, sendo cumpridor de uma tarefa tão importante dada por Deus como restauração dos muros de Jerusalém, agora que estava passando por dificuldades, ele podia entrar no templo. Mas não, ele tinha o temor de Deus em seu coração, ele sabia o seu lugar; e esse temor fez com que ele percebesse que se tratava de mais uma artimanha de seus inimigos para destruí-lo.
Salomão nos ensina em Provérbios 14.27 que “O temor do Senhor é fonte de vida para evitar os laços da morte”. E foi o que aconteceu com Neemias, o temor que ele tinha de Deus evitou que ele entrasse no templo como o falso profeta havia dito e com isso ele foi livre da morte.
Ainda no Salmo 111.10 o salmista declara que “o temor do Senhor é o princípio da sabedoria; revelam prudência todos os que o praticam. O seu louvor permanece para sempre”.
Não há como sonhar os sonhos de Deus sem temor a Deus. Não há como fazer propósitos com Deus sem temor. Antes de mais nada, diante do medo, diante das acusações do inimigo, diante das tribulações que enfrentava, Neemias não abriu mão do temor a Deus.

CONCLUSÃO: Vs 15,16 – A construção do muro, o sonho de Deus que Neemias transformou em propósito para a sua vida, levou apenas, 52 dias para ser concluído. Em apenas 52 dias toda Jerusalém estava fechada, livre de seus inimigos, com as portas colocadas no lugar.
Neemias e todos os judeus se regozijaram porque valeu a pena sonhar e tornar como propósito o sonho de Deus. Mas os seus inimigos ficaram arrasados, com a auto-estima destruída, e somente então reconheceram que Deus estava envolvido naquela obra.
Foi uma realização divina. Essa é a única maneira de explicar o que aconteceu em tão pouco tempo e diante de tão ferrenha oposição.
Neemias era um homem sonhador, porém, sonhava em servir a Deus, servir aos propósitos de Deus, por isso deixou uma grande obra, as muralhas de Jerusalém, como seu monumento eterno.
E você? Que tipo de sonhador você tem sido? Quais têm sido os propósitos em sua vida? Que tipo de legado você vai deixar com os propósitos que você tem feito?

sábado, 4 de junho de 2011

Que Rito é Este? Êxodo 12.23-28

Deus toma posse de Seu povo. Todo o capítulo 12 e parte do capítulo 13 de Êxodo traz a história da noite em que Deus desceu para livrar o povo de Israel da escravidão do Egito pelas mãos de Moisés e Arão, usando, para isso, as 10 pragas contra Faraó e o seu povo.

Aqui no capítulo 12 a Bíblia mostra o anúncio da décima praga, que era o seguinte: à meia noite o anjo da morte iria percorrer todas as terras do Egito matando todos os primogênitos.

Porem Deus realizaria grande livramento aos escravos israelitas, o Seu povo. Deus ordenou que, para que fossem salvos do anjo da morte, deveriam celebrar a Páscoa.

Para a celebração da Páscoa, Deus deu ordens específicas a Moisés para que cada família sacrificasse um cordeiro macho, de um ano de idade, sem defeito, sem mancha e deveriam pegar o sangue desse cordeiro e passar em ambas as ombreiras e na verga da porta de cada casa dos Israelitas, desta forma quando o anjo do Senhor viesse ferir os primogênitos, não tocaria na vida de Seu povo.

A palavra "Páscoa" no hebraico significa pesah, passar por cima, passar de largo, poupar. E foi exatamente isso que aconteceu, o Anjo do Senhor feriu todos os primogênitos do Egito e quando via o sangue nas portas, passava por cima das casas dos hebreus.

Aconteceu que, à meia-noite, o anjo da morte enviado pelo Senhor feriu todos os primogênitos na terra do Egito, desde o primogênito de Faraó, até ao primogênito do maior escravo, e todos os primogênitos dos animais. E, naquela madrugada houve grande desespero no Egito, pois não havia casa em que não houvesse morto; da casa de Faraó até à mais humilde casa, atingindo até os animais: não havia casa em que não houvesse morto. Então, naquela mesma noite, Faraó chamou a Moisés e a Arão e lhes ordenou que saíssem com o povo de Israel do Egito. Saiu, pois, o povo de Deus, liberto da escravidão, livre para servir ao Senhor e gozar de Sua presença, saíram em direção à Terra Prometida.

A partir daquele momento, o povo de Deus deveria celebrar a Páscoa como estatuto perpétuo, como um memorial. Assim quando os seus filhos perguntassem: Que Rito é Este? A Páscoa serviria de testemunha. Porque, na realidade a Páscoa era a celebração da vitória que o Senhor havia dado ao Seu povo.

Para nós, os cristãos, a Páscoa contém um rico simbolismo. O próprio Novo Testamento afirma que as festas judaicas eram sombra de coisas futuras, coisas que haveriam de vir (Cl 2.16,17;Hb 10.1). Portanto, a Páscoa apontava para o sacramento da Ceia do Senhor instituído pelo Senhor Jesus Cristo aos Apóstolos e à Sua Igreja. E a Ceia do Senhor aponta para o sacrifício de Cristo, a morte do Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo, onde o Seu sangue, derramado sobre a cruz, é capaz de nos purificar de todo o pecado e nos livrar da morte eterna.

Que Rito é Este? Qual o significado da Páscoa e, consequentemente, a Ceia do Senhor?


1) É INSTRUMENTO DO SENHOR PARA LIVRAR DO DESTRUIDOR – Vs 23 – “...não permitirá ao Destruidor que entre em vossas casas, para vos ferir” – Aquela 10ª praga traria muita dor e sofrimento para o povo. Enquanto as outras 9 pragas não tinham causado tanta dor, como: a água estava sendo transformada em sangue, enquanto eram apenas as rãs, piolhos, gafanhotos, mas as pessoas continuavam vivas, podemos dizer que ainda era suportável. Porem, agora, haveria morte. Morte traz consigo a dor, o desespero, o sofrimento, a destruição completa.

Mas o sangue do cordeiro passado na verga da porta e em ambas as ombreiras serviria de proteção para o povo de Deus. Que Rito é Este? É um rito que celebra o livramento da morte, é um rito que promove a liberdade.

Hoje, quando celebramos a Ceia do Senhor, também podemos fazer a mesma afirmação quando nos perguntam Que Rito é Este?: estamos aqui celebrando o livramento do Destruidor.

Sim, a Bíblia nos ensina que o sangue do Senhor Jesus Cristo nos purifica de todo pecado. Foi preciso que o sangue fosse derramado para que recebêssemos o perdão de nossos pedados. O autor da Carta aos Hebreus nos ensina que sem derramamento de sangue não há remissão de pecados. O sangue de Jesus foi derramado, o sangue de Jesus foi passado em nosso coração.

“Portanto, se o sangue de bodes e de touros e a cinza de uma novilha, aspergidos sobre os contaminados, os santificam, quanto à purificação da carne, muito mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas, para servirmos ao Deus vivo!” Hb 9.13,14

Que Rito é Este? É o instrumento de Deus para nos dar a libertação da escravidão do pecado.


2) É ALIANÇA PERPETUA DE DEUS – Vs 24 - Aliança significa pacto, acordo, ajuste, concerto. Naquele momento ali no Egito, quando o povo de Israel estivesse celebrando a sua 1º Páscoa, Deus estaria afirmando Sua aliança com o povo. Uma aliança que jamais poderia ser quebrada, pois essa aliança partiu do próprio Deus, de Sua fidelidade, de Sua Palavra imutável, e não da vontade humana.

Essa aliança consistia em celebração da Páscoa para sempre, por parte dos judeus, relembrando a libertação da escravidão do Egito, e a promessa da parte de Deus de continuar a derramar as Suas bênçãos sobre o Seu povo.

Assim como a páscoa se tornou como estatuto para sempre para o povo de Deus, ao instituir a Ceia do Senhor, Jesus também a tornou como uma Nova Aliança que deveria ser observada e cumprida para sempre – 1º Coríntios 11.23-26

Paulo nos ensina que devemos celebrar a Ceia do Senhor sempre, pois ela traz à lembrança a nossa libertação da escravidão do pecado. E Paulo também nos ensina que ela deve ser celebrada até a volta de Jesus. Portanto, assim como Deus declarou aos judeus que a Páscoa deveria ser como um estatuto para sempre em suas vidas, a Ceia do Senhor, também é uma aliança perpétua de Deus conosco.

Quando o povo de Israel celebrava a Páscoa, quando ela era ensinada aos seus filhos, era passado de geração para geração o seu significado, isto é, o sangue do cordeiro imolado que foi derramado e passado nos umbrais da porta que serviu de libertação do povo da escravidão.

Hoje, quando celebramos a Ceia do Senhor também relembramos aquele momento em que o sangue precioso do Senhor Jesus Cristo foi derramado na cruz. Aquele sangue era a Nova Aliança que Deus estava realizando conosco, um novo pacto, um novo concerto. E nesse novo concerto, Deus traz a promessa de perdão de pecados, a promessa de vida eterna.

Que Rito é Este? É uma Nova Aliança, um novo pacto onde Deus nos concede, mediante o sangue de Jesus Cristo, uma nova vida, uma vida eterna com Ele na glória.


3) LEVA O POVO A ADORAÇÃO – Vs 27 – “O povo se inclinou e adorou” – Essa foi uma atitude que demonstrou que o povo, naquele momento ali, reconheceu o poder e o agir de Deus. O povo se inclinou diante do Senhor. Já haviam se passado 400 anos que estavam sofrendo horrores no Egito, sendo espezinhados, maltratados, sofrendo discriminação. Agora veio a libertação, agora podiam se felizes, seriam reconhecidos como seres humanos e, melhor ainda, tinha Deus ao seu lado. O povo se prostrou em adoração.

Eles estavam vivendo uma nova situação em suas vidas; para eles indicava o início de uma nova dispensação onde o poder de Deus e a Sua a graça se destacavam. Naquele dia, o povo de Israel tinha sido libertado. Naquele dia, começaram sua jornada para a conquista da Terra Prometida. Gratidão e devoção deveriam ser resultados por todas as gerações. Gratidão e devoção a Deus deveriam existir no coração de cada israelita e de toda a sua descendência por reconhecimento da ação misericordiosa e poderosa de Deus contra a escravidão no Egito e contra Faraó.

Esse mesmo sentimento devemos ter quando celebramos a Ceia do Senhor: Adoração.

O apostolo Paulo nos ensina que Jesus, “subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz”. (Fl 2.6-8) – Essa humilhação de Jesus, o deixar a Sua glória, assumir a nossa forma humana, levar sobre si no peso do madeiro todo o nosso pecado e morrer na mais infame morte, a morte de cruz, deve nos levar a nos inclinar diante dele em adoração eternamente. Não há amor maior do que este.

Que Rito é Este? É o sacrifício de Cristo que nos liberta de todo o pecado, é o motivo de nossa adoração, é o motivo de nosso reconhecimento do Seu grande amor para com os pecadores.

CONCLUSÃO - Ex 13.11-16 – “sinal na tua mão e por frontais entre os teus olhos” – Era algo que o povo jamais deveria se esquecer. Em todos os anos em que se comemoraria a saída do Egito, a Páscoa deveria ser celebrada, isto por todas as gerações. Então isso significa que jamais o povo de Israel deveria deixar de celebrar a Páscoa.

Mas não foi o que aconteceu. O povo tomou posse da Terra Prometida, se envolveu, se misturou com os moradores que restauram naquela terra, se prostituiu com o seus deuses e sempre estava distanciado de Deus. Com isso, por muitas gerações, a Páscoa foi esquecida. Somente quando Deus levantava um profeta ou um rei conforme o coração de Deus, é que o povo era trazido de volta ao cumprimento de seus deveres para com o Senhor e daí, celebravam Páscoa como relembrança das bênçãos de Deus.

Hoje também não é diferente. A Ceia do Senhor deve ser celebrada por todos os cristãos até à volta do Senhor Jesus Cristo. Mas, o povo tem se esquecido do quanto este rito é importante para a nossa alma, para a nossa comunhão com Deus. E, por motivos banais, ou por se misturar com o povo do mundo e viver numa prática pecaminosa, muitos se afastam desta celebração e, assim, perdem as bênçãos do Senhor em sua vida.

Que Rito é Este? É o rito da nossa vitoria, é o rito da nossa libertação da escravidão do pecado, do inferno, é o rito da nossa salvação, da vida eterna.

Amém!