domingo, 29 de maio de 2011

Uma Promessa de Família Abençoada - Deuteronômio 6.4-9

O livro de Deuteronômio foi o último escrito por Moisés. A mensagem principal deste livro é recapitular com o povo de Deus, que havia saído do Egito, todos os mandamentos de Deus para que eles não se esquecessem quando tomassem posse da terra prometida.
O povo de Deus já estava às portas da terra prometida. E a promessa de Deus é que ali, nessa nova terra, eles seriam extremamente abençoados – Vs 10,11 – para eles seria um novo projeto de vida, uma nova conquista, onde Deus prometia a Sua bênção.
Mas o que Moisés coloca aqui é que a bênção de Deus sobre o povo na nova terra, seria condicionada à obediência, aos cumprimentos dos estatutos e aos juízos de Deus – Vs 1-3
Nos dias de hoje encontramos muitas pessoas correndo atrás das bênçãos do Senhor, desejosos e esperançosos de receber de Deus as Suas bênçãos, mas não procuram viver uma vida que agrada o coração de Deus.
Não podemos desfrutar das bênçãos do Senhor se não estivermos vivendo segundo a Sua vontade, segundo o Seu querer.
Neste texto, Moisés mostra que o povo seria abençoado quando tomassem posse da terra prometida, porém, para que as bênçãos de Deus os alcançassem, deveriam tomar algumas atitudes.
1) AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS – Vs 4,5 – Aqui Moisés dá uma introdução ao maior de todos os mandamentos: o amor a Deus. E, nestas palavras, ele descarta totalmente a existência de qualquer outro Deus e ainda enfatiza a idéia de exclusividade e soberania de Deus quando ele diz: “Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor”.
Amar o Senhor de todo o coração, de toda a alma e de toda a força é o resumo de todos os ensinamentos, de todos os mandamentos do Senhor, e é a base de nosso relacionamento com Deus. Não há como servir a Deus se nosso amor para com Ele não for o principal, se o nosso amor para com Ele não for o mais forte dentro de nós.
O ser humano não pode amar a Deus conforme ama a outro ser humano ou a qualquer outra coisa, porque o amor a Deus envolve santo temor e reverência – Vs 13 – O amor a Deus se exprime por meio de uma lealdade a Ele e de onde se deriva um serviço obediente realizado de todo o coração. O amor a Deus, desacompanhado da obediência, não é amor.
A maneira que demonstramos amor a Deus é servindo-O com toda obediência. Por isso Moisés enfatiza a obediência aos mandamentos e estatutos do Senhor quando o povo tomasse posse da terra prometida.
Se queremos viver debaixo das bênçãos do Senhor, se queremos que nossa família seja abençoada, se queremos ter filhos abençoados, se queremos ser maridos, esposas abençoados, em fim, se queremos que nosso lar seja visitado sempre pela graça abençoadora do Senhor, devemos amá-lo com todo o nosso coração.
Jesus confirmou essa mensagem de Moisés ao povo de Israel quando lhe foi perguntado qual era o maior de todos os mandamentos; ele respondeu: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento”.
Meu amado, se você tem amado mais o mundo do que a Deus, você não tem amado a Deus de todo o teu coração. Se qualquer outra coisa tem ocupado o espaço em eu coração, você não tem amado a Deus como a Bíblia nos ensina – Vs 3,4
2) TER A PALAVRA DO SENHOR NO CORAÇÃO – Vs 6 – Quais são as palavras que Moisés estava ordenando ao povo de Israel? Toda a legislação, todas as leis e mandamentos ensinados pelo próprio Deus. Todos os ensinamentos de Deus deveriam estar no coração de cada um.
A lei cai por terra quando não é acolhida no coração. Deus não queria uma obediência forçada, mas Deus queria uma obediência baseada no amor, por isso a lei deveria estar no coração.
É do coração que emanam as intenções, as resoluções e a força para cumprir a lei. No verso 5 encontramos três palavras: coração, alma e força. E agora no verso 6 Moisés resume tudo com a palavra coração. Isso significa que a obediência espiritual é uma questão do coração, e não apenas da mente.
Em Deuteronômio 11.18 Moisés repete o seu conselho ao povo quando diz: “Ponde, pois, estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma; atai-as por sinal na vossa mão, para que estejam por frontal entre os olhos”.
O salmista quando medita no valor da lei do Senhor também expressa a sua preocupação em ter a Palavra do Senhor no coração quando ele diz: “Guardo no coração a tua Palavra para não pecar contra ti” (Sl 119.11).
Deus não quer uma obediência cega, Deus quer uma obediência como fruto do coração; uma obediência como resultado de um coração que esteja disposto a obedecer por amor, não por medo ou temor, obediência não como meio de alcançar algum benefício, mas obediência em amor, coração obediente aos Seus mandamentos.
Hoje dentro do lar encontramos muitas formas de obediência a muitas coisas (obediência à TV, computador, à internet), mas a Palavra de Deus tem sido esquecida, a Palavra de Deus tem sido negligenciada, a Palavra de Deus tem sido trocada por outros ensinamentos, outras preocupações.
E como conseqüência disso encontramos lares desajustados: os membros da família não se entendem mais, a desordem, e desobediência e a desunião e a indecência tomaram conta do lar. O egocentrismo tomou conta: é cada um pra si, e Deus pra ninguém. E, como isso tem aumentado, o número de adolescentes e jovens desajustados na escola e na sociedade, a criminalidade e as drogas têm aumentado assustadoramente no seio da família, sem falar da liberação sexual que tem invadido os lares: hoje sexo antes do casamento é algo essencial!!!???
Em fim, não precisamos ficar aqui relatando todo o mal no qual nosso mundo, nossa sociedade está vivendo, é só assistir a um jornal da TV que você fica sabendo de tudo.
Mas, e a Palavra de Deus? Aquela palavra que traz todas as orientações necessárias para que sejamos abençoados e felizes com o Senhor? Esta tem ficado esquecida – Vs 6: “Essas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração”.
3) ENSINAR A SEUS FILHOS A AMAR A DEUS – Vs 7-9 – O que me chama muito a atenção aqui em primeira mão é a responsabilidade que os pais tem de ensinar aos seus filhos a palavra do Senhor. Isso é uma responsabilidade dos pais, não dos professores, não do pastor, de mais ninguém a não ser dos pais. Os pais são os responsáveis espirituais de seus filhos.
Mas o que Moisés coloca aqui é inculcar, que significa: “Fazer-se aceitar; impor-se”. Na realidade, nós impomos aos nossos filhos muita coisa, pois queremos que eles sejam bem educados, estudiosos, inteligentes, os melhores em tudo, mas falhamos quando deixamos de inculcar neles a Palavra de Deus. Escolhemos o melhor colégio, as melhores roupas, mas não os preparamos para eternidade e nem os preparamos para amarem ao Senhor de todo o coração.
Tendo a Palavra de Deus no coração, de nossa boca só sairá ensinamentos da Palavra de Deus. Por isso que Moisés diz que devemos inculcar a Palavra de Deus a nossos filhos falando dela assentados em casa; falando dela andando pelo caminho; falando dela ao nos deitarmos; falando dela ao nos levantarmos; termos a Palavra de Deus em nossa vida diária, como sinal em nossa mão, como frontal aos nossos olhos, escrita nos umbrais de nossa casa, nas portas de nossa casa; isto é, se vivermos cada dia o dia todo com a Palavra de Deus, nós a inculcaremos na mente de nossos filhos.
Na Igreja em que fui pastor em Nova Iguaçu tinha na frente três árvores plantadas, e todas elas tinham o seu tronco torcido. Um dia um presbítero de nome Manoel me disse que tinha sido ele quem havia torcido aqueles troncos desde quando ele as plantou naquele lugar. É de pequeno que se torce a árvore.
Salomão nos ensina em seus provérbios que devemos “ensinar a criança no caminho em que ela deve andar e, quando for velho, não se desviará dele” – neste texto há uma promessa: se houver um ensinamento perfeito da vontade de Deus no coração da criança, ela vai crescer e não se desviará do que lhe foi ensinado.
Não podemos negligenciar uma responsabilidade tão grande como esta. Nós pais, estamos formando cidadãos, portanto, formemos cidadãos segundo coração de Deus. Você quer ver seu filho na eternidade junto com você? Ensine-o a guardar a Palavra de Deus.
CONCLUSÃO: Vs 24,25

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Fé, Oração e Confiança - Salmo 13

Até quando esquecerás de mim? Será para sempre? Por quanto tempo esconderás de mim o teu rosto? Até quando terei de suportar este sofrimento? Até quando o meu coração se encherá dia e noite de tristeza? Até quando os meus inimigos me vencerão? Ó Senhor, meu Deus, olha para mim e responde-me! Dá-me forças novamente para que eu não morra. Assim os meus inimigos não poderão se alegrar com a minha desgraça, nem poderão dizer: Nós o derrotamos! Eu confio no teu amor. O meu coração ficará alegre, pois tu me salvarás. E, porque tens sido bom para mim, cantarei hinos a ti, ó Senhor.” BLH

Não há nenhuma informação sobre o que Davi estava passando neste momento em que ele escreve essa poesia, esta canção. Não sabemos se se tratava de um inimigo pessoal como Saul ou o seu próprio filho Absalão, ou de um inimigo do povo de Israel, pois Davi era um homem de guerra, um grande general do exército de Deus.

Mas o que encontramos aqui descrito neste Salmo demonstra sofrimento, amargura, medo, insegurança, em fim, todos os sentimentos que nós também sentimos, pois são sentimentos que fazem parte de nossa fraqueza humana.

A Bíblia nos ensina que o “justo viverá por sua fé”. O que é fé? Como você entende por fé? Fé não significa apenas o fato de você crer em Deus, crer em Sua justiça e estar em Sua casa buscando em adoração e louvor. Creio que fé envolve muito mais do que isso.

Creio que a fé vai alem do crer em Deus e buscá-lo em adoração e louvor; creio que também significa a maneira pela qual você vai se comportar diante de uma aflição, diante de uma dificuldade, diante de uma dor, ou diante de um inimigo.

Aqui no Salmo 13 encontramos um homem de fé, de oração e de confiança em Deus. Mas isso não exclui o seu sentimento de medo, de insegurança, de dor. Aqui no Salmo 13 Davi demonstra o que todos nós sentimos. Não somos super-crentes, não somos super-herois da fé. NÃO. Somos fracos, somos carentes, somos inseguros, sofremos com a perseguição, sofremos com a adversidade da vida.

Podemos dizer que este Salmo é o retrato daquilo que todos nós sentimos.

A expressão com a qual ele começa sua oração a Deus é uma expressão de questionamento que se repete por quatro vezes em 2 versículos: “Até quando?” essa pergunta corresponde ao intenso desejo de libertação e à grande angústia que pairava em seu coração – Vs 1,2

A primeira coisa que Davi coloca aqui diante de Deus são os seus sentimentos no momento em que está sofrendo.

1) ESQUECIDO DE DEUS – Vs 1 – Davi se sente abandonado por Deus, esquecido de Deus em seus problemas, suas lutas, suas dificuldades. A idéia que temos é que o tempo passava mas não havia respostas de Deus, não havia solução, pelo contrário, parecia um que Deus estava em silêncio e isso trazia um sentimento de ter sido esquecido por Deus.

Eu vejo nestas palavras de Davi um retrato fiel da nossa própria experiência? Muitas vezes, devido á nossa aflição, somos levados a pensar que somos tão insignificantes para com Deus a ponto Dele ter nos esquecido: “Até quando Senhor?”

2) TRISTEZA NO CORAÇÃO – Vs 2 – Esse sentimento de Davi era de tristeza, tristeza no coração, angústia, algo que nenhum medicamento poderia resolver, era algo de dentro de sua alma. Notem também que era uma tristeza diária, todos os dias; e também era algo que ele lutava todos os dias. Não se tratava de uma tristeza que ele cultivava, que ele queria sentir, que ele queria alimentar em sua vida para que alguém tivesse pena dele, mas ele relutava, ele tentava resistir a ela, mas não conseguia se livrar.

O próprio sentimento de se ter sido esquecido de Deus já provoca dentro do ser humano uma tristeza imaginável. O sentimento de abandono deixa qualquer um destruído. “Até quando Senhor estarei relutando contra essa tristeza em meu coração todos os dias? “Até quando?”

3) DERROTA – Vs 2 – O seu inimigo estava erguido contra ele, preparado para dar o bote, preparado para ceifar a sua vida. Ele se sentia fraco diante de seu inimigo. Era como se ele estivesse voltado a enfrentar o gigante Golias, só que, agora, ele se sentia como um verme diante daquele gigante, certamente iria fracassar. Suas forças se foram e o inimigo crescia cada vez mais.

Quando as dificuldades surgem em nossa vida, realmente o sentimento que temos é que os problemas vão nos sucumbir, perdemos as forças, nos enfraquecemos, nos sentimos derrotados, fragilizados. “Até quando Senhor vamos ter esse sentimento de fraqueza? “Até quando nossos inimigos vão prevalecer? “Até quando?”

Até aqui Davi expressa o que vai no coração de todos nós. Esses sentimentos de Davi são os nossos. Muitas vezes questionamos a Deus o seu aparente silêncio, a tristeza que vai em nosso coração pelo seu “silêncio” e o sentimento de derrota que temos diante dos nossos inimigos, os quais não conseguimos vencer. Quantas vezes não perguntamos a Deus: “Até quando?”

Mas, em sequência à sua oração, Davi toma três atitudes que, muitas vezes, falta em nós como servos do Senhor.

1) BUSCAR DEUS – Vs 3,4 – Ele sabia que, diante da aparência de abandono, Deus estava acessivo ao seu clamor. Ele toma uma atitude de buscar Deus. Ele pede, ele busca, ele bate: atenta... responde-me... ilumina-me... Deus meu!

Ele também pede ao Senhor por iluminação para que ele pudesse enxergar o mover, o agir de Deus. Ele buscar o Senhor para que Deus lhe concedesse a vitória diante de seu inimigo. Era mais um Golias que precisava ser vencido, era mais um gigante em sua vida que precisava ser derrubado.

Buscar Deus significa orar. A oração acalma a alma, a oração traz paz interior, a oração tranquiliza o coração. Se você acha que Deus te abandonou, vai orar. Se você acha que Deus se esqueceu de ti, vai orar. Se você acha que seus inimigos estão prevalecendo, vai orar. Jesus nos ensinou a orar: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á” Mt 7.7

Quando oramos, descansamos nos braços de Deus. Isto é um ato de fé. Fé significa que, nas horas de fraqueza da alma, eu devo buscar o meu Deus.

2) CONFIAR NA GRAÇA – Vs 5 – Davi confiava na misericórdia de Deus. Ele faz uma declaração de fé. Em contraste com o aparente abandono de Deus, Davi continuava a crer. Em contraste com a tristeza em seu coração, ele continuava a crer. Ele não perdeu sua confiança nas misericórdias do Senhor.

Jamais podemos perder a confiança nas misericórdias do Senhor. Deus é um Deus gracioso. Sua relação conosco sempre foi por meio da Sua graça, Sua misericórdia. E a Sua Palavra nos ensina que Sua misericórdia jamais terá fim. Deus nunca deixa de nos amar, nunca oscila os Seus sentimentos para conosco. Nisso podemos confiar. Em Isaías 49.15 ele diz ao povo de Israel: “Acaso, pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia, não me esquecerei de ti.”

3) LOUVAR O SENHOR – Vs 6 – Notem bem, até aqui Deus ainda não tinha manifestado a Sua presença na vida de Davi, muito menos resolvido a sua questão. Mas a sua fé, a sua oração e a sua confiança em Deus o fazem louvar o senhor “porquanto me tem feito muito bem”.

Davi cantou para Deus e Deus era a essência de seu cântico. Irmãos, isso é fé; isso é confiança em Deus. Ele começa sua oração com desespero, se sentindo só, abandonado, fraco. Porem, termina sua oração cantando ao Senhor; termina seguro na graça, termina com o seu coração não mais condoído pela tristeza, mas regozijado na salvação do Senhor.

Deus nunca está longe de nós. “Perto está o SENHOR dos que têm o coração quebrantado e salva os de espírito oprimido” Sl 34.18

Amém!